terça-feira, abril 24, 2012

O Telescópio Espacial Hubble foi lançado para o espaço há 22 anos

O Telescópio Espacial Hubble é um satélite que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha. Foi lançado pela agência espacial norteamericana - NASA - em 24 de abril de 1990, a bordo do Vaivém Espacial  Discovery (missão STS-31). Este telescópio já recebeu várias visitas espaciais da NASA para a manutenção e para a substituição de equipamentos obsoletos ou inoperantes.
O Telescópio Espacial Hubble é a primeira missão da NASA pertencente aos Grandes Observatórios Espaciais - (Great Observatories Program), consistindo numa família de quarto observatórios orbitais, cada um observando o Universo em um comprimento diferente de onda, como a luz visível, raios gama, raios-X e o infravermelho. Pela primeira vez se tornou possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia e estudar estruturas do Universo até então desconhecidas ou pouco observadas. O Hubble, de uma forma geral, deu à civilização humana uma nova visão do universo e proporcionou um salto equivalente ao dado pela luneta de Galileu Galilei no século XVII.
Desde a concepção original, em 1946, a iniciativa de construir um telescópio espacial sofreu inúmeros atrasos e problemas orçamentais. Logo após o lançamento para o espaço, o Hubble apresentou uma aberração esférica no espelho principal que parecia comprometer todas as potencialidades do telescópio. Porém, a situação foi corrigida numa missão especialmente concebida para a reparação do equipamento, em 1993, voltando o telescópio à operacionalidade, tornando-se numa ferramenta vital para a astronomia. Imaginado nos anos 40, projetado e construído nos anos 70 e 80 e em funcionamento desde 1990, o Telescópio Espacial Hubble foi assim batizado em homenagem a Edwin Powell Hubble, cientista que revolucionou a Astronomia ao constatar que o Universo se estava a expandir.

sábado, abril 14, 2012

Curso de Astronomia em Leiria

Curso de Astronomia em Leiria

CURSO DE INICIAÇÃO À ASTRONOMIA

APRENDA A APRECIAR A NOITE PARA CONHECER AS MARAVILHAS DO CÉU

José Matos (astrónomo da FISUA)

No próximo dia 28 de abril de 2012, das 14.30 às 19.30 e das 21.30 às 23.30 horas, irá decorrer nas instalações do Centro de Interpretação Ambiental de Leiria, um Curso de Iniciação à Astronomia.

O ABC do céu é um curso de iniciação destinado a todos os observadores interessados em conhecer o céu noturno e técnicas de observação. Haverá também uma sessão prática de observação noturna ao telescópio.

Público–alvo: maiores de 14 anos.

Os interessados deverão proceder à sua inscrição através do e-mail: cia@cm-leiria.pt.

A inscrição tem um custo de 25€.

Para mais informações, podem contactar o Centro de Interpretação Ambiental de Leiria, através do telefone 244 845 651.

Ficheiro de Apoio:

NOTA: o local da formação é aqui:

Ação de formação em Alcobaça - Geologia Sedimentar

 

Irá decorrer em Alcobaça, entre 25 de maio e 8 de junho de 2012, uma Ação de Formação intitulada Geologia Sedimentar – Conceitos, Processos e Produtos, organizada pelo Centro de Formação da Associação de Escolas de Alcobaça e Nazaré.
  
Esta é dada pelo Doutor Jorge Dinis, professor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, tem como custo 80 euros e as sessões teóricas serão realizadas na Escola Secundária D.ª Inês de Castro Alcobaça (Rua Costa Veiga, 2460-028 ALCOBAÇA).


Documentos de apoio:


Huygens nasceu há 383 anos

Christiaan Huygens (Haia, 14 de abril de 1629 - Haia, 8 de julho de 1695) foi um matemático, astrónomo e físico neerlandês. Descobriu os anéis de Saturno. Em homenagem ao seu trabalho, a sonda Cassini-Huygens foi batizada com o seu nome.
Galileu Galilei foi o primeiro a observar os anéis de Saturno, porém seu instrumento (telescópio) não lhe permitiu identificar com clareza os anéis. Galileu acreditava, pelas imagens obtidas, que Saturno era um sistema planetário triplo. Huygens, com um telescópio mais poderoso, pode identificar os anéis e descobrir Titã, a maior lua de Saturno e a segunda maior do sistema solar, em 1655.
Huygens também se dedicou ao estudo da luz e cores. Desenvolveu uma teoria baseada na concepção de que a luz seria um pulso não periódico propagado pelo éter. Através dela, explicou satisfatoriamente fenómenos como a propagação retilínea da luz, a refração e a reflexão. Também procurou explicar o então recém descoberto fenómeno da dupla refração. Seus estudos podem ser consultados em seu mais conhecido trabalho sobre o assunto, o "Tratado sobre a luz".
Discordava de vários aspectos da teoria sobre luz e cores de Isaac Newton (1643-1727), que era baseada implicitamente numa concepção corpuscular para a luz. Discutiu com ele durante muitos anos, mas, ao contrário do que geralmente se acredita, suas teorias nunca tiveram uma disputa em grandes proporções.


sexta-feira, abril 13, 2012

Há 42 anos a Apollo XIII teve um problema...


Apollo XIII
Insígnia da missão
                                 Estatísticas da missão                             
Módulo de comando Odissey
Módulo lunar Aquarius
Número de tripulantes 3
Lançamento 11 de abril de 1970
Cabo Kennedy
Alunagem cancelada
Aterragem 17 de abril de 1970
Duração 5 d 22 h 54 m 41 s
Imagem da tripulação
Esq. p/ dir: Lovell, Swigert, Haise
Da esquerda para a direita: Lovell, Swigert, Haise


Tripulação

Parâmetros da missão
Apollo XIII foi a terceira missão tripulada do Projeto Apollo com destino à Lua, mas não cumpriu a missão devido a um acidente durante a viagem de ida, causado por uma explosão no módulo de serviço, que impediu a descida no satélite. A nave e seus tripulantes, entretanto, conseguiram retornar à Terra, após seis dias no espaço.


“Houston, temos um problema”

A Apollo XIII foi lançada cerca de cinco meses após a Apollo 12 ter retornado da Lua. Durante os primeiros dois dias da missão a viagem estava tranqüila, desafiando os presságios dos supersticiosos com relação ao número 13. Às nove horas da noite, hora de Houston, centro do controle da missão e da espaçonave, do dia 13 de abril, a tripulação tinha acabado de fazer uma rotineira transmissão de TV. O comandante James Lovell e o piloto do módulo lunar 'Aquarius' Fred Haise, completavam um check in do módulo e o piloto do módulo de comando Odissey 'Jack' Swigert estava-se a preparar para ver algumas estrelas através do sextante. Com 55 horas e 55 minutos de missão, todos os três astronautas ouviram e sentiram um grande barulho nas entranhas da nave. Durante os próximos minutos, a medida que eles e os controladores de terra faziam uma avaliação dos prováveis danos elétricos causados na nave espacial, ficou aparente que os tripulantes estavam em sérias dificuldades. Se eles quisessem sobreviver precisariam de força, oxigénio e água suficientes para uma viagem de quatro dias em volta da Lua e de volta a Terra, mas sem um módulo de comando saudável esses três itens de sobrevivência não conseguiriam durar até o fim da jornada. Além de pouca reserva destas necessidades básicas, sem força no MC eles teriam que contar com o Sistema de Controle Ambiental do Módulo Lunar para remover o excesso de dióxido de carbono da cabine. O módulo Aquarius carregava filtros de reserva, mas a maioria deles estavam guardados no ALSEP (o pequeno conjunto de experimentos científicos para uso na Lua, carregado pelo ML, apenas acessíveis pelo lado de fora), completamente fora de alcance. Simplesmente eles não tinham filtros de hidróxido de lítio suficientes para controlar a quantidade de dióxido de carbono expelida pelos três astronautas. E para tornar tudo mais dramático, a tripulação estava voando numa trajetória em direção da Lua que não os permitiria voltar a Terra sem uma boa ignição dos motores. O motor principal, claro, era instalado na traseira do Odissey e, sem o suprimento de força, dava no mesmo se a tripulação o tivesse deixado em Cabo Canaveral.
A equipe do Programa Apollo tinha grande orgulho de sua capacidade e se houvesse um jeito de improvisar e trazer a tripulação a salvo para casa, eles encontrariam um. A medida que eles analisavam a situação – tanto a tripulação quanto o pessoal de terra – concluíram que haviam tido muita sorte. Mesmo sendo uma situação desesperada, o acidente ocorreu cedo na missão, ainda na viagem de ida. Eles ainda tinham um módulo lunar saudável e totalmente equipado. A margem de segurança podia ser pequena, mas o módulo tinha um motor capaz de colocá-los no caminho de volta e carregava suficiente – desde que racionados – água, oxigénio e eletricidade para os quatro dias. Também havia abundância de filtros de metal de hidróxido de lítio no avariado Módulo de Comando e apesar deles não encaixarem diretamente dentro do Sistema de Controle de Ambiente do Módulo Lunar Aquarius – sendo de tamanho e formatos diferentes – certamente seria encontrado um jeito de colocá-los em uso. O 'Aquarius' havia se tornado o barco salva-vidas da tripulação.
Uma hora após o acidente, os engenheiros de voo em Centro Espacial Lyndon Johnson em Houston, estavam ocupados calculando freneticamente trajetórias e durações de funcionamento dos motores, imaginando novos procedimentos de navegação e sistemas de voo, aperfeiçoando estimativas de quanto tempo aguentaria o equipamento em estado crítico. Oxigénio era uma das menores preocupações da Apollo XIII. O Aquarius carregava generosos stocks, incluindo as mochilas de sobrevivência que Lovell e Haise deveriam usar na sua primeira AEV - atividade extra-veicular - em Fra Mauro. Para conservar seus próprios recursos físicos – e para minimizar o dióxido de carbono expelido – a tripulação teria que fazer o melhor possível para despender o mínimo de esforço. Todavia, era tranquilizador saber que eles só precisariam usar metade do seu stock de oxigénio na volta para casa. Os suprimentos de água e força eram muito mais críticos. Uma fração importante da energia elétrica guardada nas baterias do Módulo Lunar teria que ser usada durante a ignição do motor e, se os astronautas quisessem sobreviver na viagem de volta, teriam que poupar cuidadosamente o restante. Toda a eletrónica não-essencial deveria ser desligada e aquilo prometia tornar a viagem de volta fria e húmida.
A grande apreensão de todos era que não parecia possível manter as baterias do Odissey carregadas até que elas fossem necessárias para a reentrada. Sob circunstâncias normais, as células de energia do Módulo de Serviço eram usadas para manter carregadas as baterias do MC e, apenas nas últimas horas da missão, quando o MS houvesse feito seu trabalho e tivesse sido ejetado no vácuo, antes da reentrada terrestre, elas entrariam em funcionamento. Infelizmente, o acidente havia destruído as células de energia e a menos que fosse descoberto um meio de usar as baterias do Aquarius para manter a carga do Odissey, a tripulação não teria meios de controlar sua reentrada na Terra e iria morrer da mesma maneira como se tivesse se espatifado na Lua.
Desligando toda a eletrónica que podiam, a tripulação poupou força para os motores mas também cortou o consumo de água. Mesmo com a ração normal de um litro por dia, a tripulação teria bebido menos de 10% dos 150 litros de água a bordo do Módulo Lunar. Porém, com a força desligada, praticamente todos os 150 litros eram necessários para os purificadores manterem o equipamento vital refrigerado; então os astronautas cortaram sua ração para 1/5 de litro, um copo de água por dia. Eles estariam sedentos quando chegassem em casa, mas ao menos tinham uma possibilidade se salvamento.

Sobrevivência
Em grande parte, a tripulação da Apollo XIII sobreviveu à sua provação pela simples razão de terem estoques sobressalentes de artigos vitais: força extra, água, oxigénio e até um motor extra. É claro que se o acidente tivesse acontecido quando Lovell e Haise estivessem na superfície lunar ou após terem retornado à órbita com rochas, então o retorno à Terra teria sido tragicamente diferente. Mas isso era da natureza da aventura. Aceitar o desafio do Presidente John Kennedy de pousar na Lua significava a aceitação de riscos calculados.
A questão toda da sobrevivência imediata estava agora ligada a um pequeno detalhe prosaico: como ligar os filtros de limpeza do gás carbônico exalado pelos astronautas dentro do Módulo Lunar, já que o bocal destes filtros era redondo – pois o encaixe do Módulo de Comando era assim – e o encaixe no Aquarius era quadrado. Evidentemente, esse modo seria uma improvisação e um quebra-cabeça para os cientistas no controle da missão e ela foi feita através de uma engenhosa combinação de tubos, papelão, sacos plásticos de carga e filtros de metal do Módulo de Comando, todos presos juntos por uma boa quantidade de fita isolante cinza. Como era usual sempre que a equipe da Apollo tinha que improvisar, engenheiros e outros astronautas no solo se ocuparam inventando soluções para o problema e testando os resultados. Um dia e meio após o acidente, as equipes do solo haviam desenhado e construído um dispositivo de filtragem que funcionou e eles passaram as instruções por rádio para a tripulação, cuidadosamente guiando seus passos durante cerca de uma hora.

Regresso
Com o problema do dióxido de carbono resolvido, a tripulação tinha agora uma boa chance de voltar para casa. Com os três astronautas viajando no espaço dentro do Módulo Lunar, com a energia racionada – a temperatura ambiente nele era de 5°C - e com toda a força do Módulo de Comando – ao qual ele era acoplado - desligada para poupar energia, a questão era se o motor funcionaria no momento que fosse necessário, para tirá-los da órbita da Lua e colocá-los no caminho de volta. Para voltar para casa, os astronautas deveriam fazer duas ignições no motor. A primeira veio cinco horas depois do acidente e foi planeada para colocá-los numa trajetória livre de retorno, uma trajetória que os traria para casa mesmo sem uma segunda ignição. Eles ainda estavam indo em direção da Lua e não a atingiriam por quase mais um dia, mas com a primeira queima de motor completada com sucesso, quando eles girassem em volta da face escura, a gravidade lunar os colocaria no caminho de casa em vez de mandá-los para as profundezas do espaço. A segunda ignição era necessária para trazê-los de volta antes que os suprimentos da nave acabassem. Sem ela, havia uma grande possibilidade de que chegassem mortos. A chave da sobrevivência era esperar que a órbita lunar os pusesse apontando para a Terra e então o motor fosse ligado, lhes dando o impulso que os trouxesse direto de volta, em tempo de chegarem antes de acabarem o oxigénio e a água a bordo. A questão era se o motor do 'Aquarius' funcionaria.
Quando chegou o momento da ignição, e quando o mundo inteiro aguardava com a respiração suspensa, o motor ligou perfeitamente e os colocou no caminho de volta. Quando a odisseia terminou, eles tinham feito um trabalho soberbo de conservação, voltando para a Terra com 20% da força do ML e 10% de água restantes. Lovell perdeu cinco quilos de peso e estavam todos cansados, famintos, molhados, desidratados e com frio quando aterraram. Por causa da desidratação e outros fatores, Fred Haise desenvolveu uma infecção de próstata, uma febre de 40 graus e esteve seriamente doente por duas ou tres semanas após o retorno, mas tudo isso foi de importância secundária porque eles tinham voltado vivos.

in Wikipédia


quinta-feira, abril 12, 2012

Há 51 anos Iuri Gagarin teve a honra de ser o primeiro ser humano a viajar no espaço

Post em estereofonia com o blog AstroLeiria:

  

 «O Homem alcança o espaço» - esta foi a manchete do jornal ‘The Huntsville Times’ no dia 12 de abril de 1961, noticiando este marco histórico para a humanidade
  

Iuri Alekseievitch Gagarin (Kluchino, 9 de março de 1934 - Kirjatch, 27 de março de 1968) foi um cosmonauta soviético e o primeiro homem a viajar pelo espaço, em 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok 1, que tinha 4,4 m de comprimento, 2,4 m de diâmetro e pesava 4.725 quilogramas. Esta nave espacial possuía dois módulos: o módulo de equipamentos (com instrumentos, antenas, tanques e combustível para os retrofoguetes) e a cápsula onde ficou o cosmonauta.
   

Primeiro homem no espaço
Cquote1.svg A Terra é azul. Como é maravilhosa. Ela é incrível! Cquote2.svg



- Iuri Gagarin
   

Com apenas 27 anos, Iuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a ir ao espaço, a bordo da nave Vostok 1, na qual deu uma volta completa em órbita ao redor do planeta.
Esteve em órbita durante 108 minutos, a uma altura de 315 Km, num voo totalmente automatizado, com uma velocidade aproximada de 28.000 km/h. Pela proeza, recebeu a medalha da Ordem de Lenine.

   
A Viagem




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A nave espacial entrou em órbita, e o foguete se separou, a gravidade deixou de se sentir..
No início, a sensação era de algo incomum, mas eu adaptei-me logo ... Eu tive em contato com a Terra com diferentes canais: por telefone e telégrafo.
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Iuri Gagarin


Às nove horas e sete minutos da manhã (horário de Moscovo) do dia 12 de Abril de 1961, a cápsula com o foguete “Soyuz-R-7″ foi lançada de uma plataforma em Baikonur, no Cazaquistão. Neste voo ele disse as famosas frases:
A Terra é azul
Olhei para todos os lados, mas não vi Deus.
O Coronel Valentin Petrov afirmou em 2006 que nunca o cosmonauta disse tais palavras, e que a citação surgiu do discurso de Nikita Khrushchev no plenário do Comité Central do PCUS sobre a campanha anti-religião do Estado, dizendo que "Gagarin voou para o espaço, mas não viu qualquer deus lá." Como Gagarin era um membro da Igreja Ortodoxa Russa, é provável que ele realmente não tenha dito tais palavras.
Os cientistas russos calcularam erradamente (por duas vezes) a trajetória de aterragem da nave, (como pode ser percebido na imagem que mostra a órbita da nave). Este erro fez com que a cápsula espacial de Gagarin aterrasse no Cazaquistão, a mais de 320 quilómetros do local inicialmente previsto (que era o local de descolagem). Isto fez com que no momento da aterragem não estivesse ninguém à sua espera.
Os soviéticos declararam que Gagarin aterrou no interior da cápsula espacial, quando na realidade o astronauta utilizou de um pára-quedas para aterrar.
A União Soviética negou esse facto durante anos, com medo de o voo não ser reconhecido pelas entidades internacionais, já que o piloto não acompanhou a nave até o final.
Promovido de tenente a major enquanto ainda estava em órbita, foi com esta patente que a Agência TASS soviética anunciou este espetacular feito ao mundo, que assim tomava conhecimento de que entrava numa nova era, a Era Espacial, a partir daquele momento.

   

quinta-feira, março 29, 2012

Olbers descobriu o asteroide Vesta há 195 anos

Vesta fotografado pela sonda Dawn em 24 de julho de 2011, a uma distância de 5 200 km

Vesta (designado formalmente 4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers em 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado no cinturão de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum na superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é ocasionalmente visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita ao redor de Vesta para uma exploração de um ano.
NOTA: a palavra asteroide foi uma das afetadas pelo acordo ortográfico (AO), que nós aqui adotámos (sendo eu professor sou obrigado a aceitar tal aborto...) - anteriormente escrevia-se com acento (asteróide); nas etiquetas que colocamos nos posts continua com acento, pois o acervo anterior é pré acordo (só quando acrescentamos novos termos às etiquetas é que usamos a versão AO).

quarta-feira, março 28, 2012

O asteroide Palas foi descoberto há 210 anos

Palas de Pallas (asteroide 2) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto em 28 de março de 1802 por Heinrich Olbers quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.

História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou suas observações deste objeto, notando que seu movimento lento e uniforme, não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers o recuperaram, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres, e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava tentado localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: ante deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter, e Olbers havia encontrado um segundo objecto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseados em seu movimento orbital médio, inclinação e excentricidade descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com o Palas, que os nomeou a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclítica entre 33 e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002 mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram tomadas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o diâmetro exato.

Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita

Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas têm tido o título de "o segundo maior" em alguns momentos da história.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela por várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a o dar o diâmetro preciso.
Mas se estima que junto a Ceres são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de Maio de 1979 se informou do descobrimento de um possível satélite diminuto com um diâmetro de 1 km. Esta descoberta não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteróide Palas.

terça-feira, março 13, 2012

Herschel descobriu o planeta Úrano há 231 anos

Herschel descobriu o planeta Úrano há 231 anos
Sir William Herschel (Hanôver, 15 de novembro de 1738 - Slough, 25 de agosto de 1822) foi um astrónomo inglês nascido na Alemanha.
Filho de um músico da Guarda Hanoveriana - para a qual entrou aos quatorze anos - foi para a Inglaterra em 1757, onde começou a ganhar a vida como músico e organista.
Por volta de 1766, começou a estudar seriamente astronomia e matemática. Em 1781, mais precisamente no dia 13 de março, Herschel descobriu o planeta Úrano (que inicialmente tomou por um cometa). Pouco depois, foi nomeado astrónomo da corte. Em 1787 descobriu dois satélites de Úrano.
A primeira das mais importantes descobertas de Herschel em astronomia foi o movimento intrínseco do Sol através do espaço, em 1783. Observou cuidadosamente o movimento de sete estrelas e demonstrou que estas convergiam para um ponto fixo (que interpretou como sendo o ápex solar).
De 1782 a 1785, Herschel catalogou estrelas duplas e publicou extensos catálogos, no primeiro dos quais sugeriu que muitas delas poderiam estar em movimento orbital relativo. Em 1793, mediu novamente as posições relativas de muitas estrelas duplas, comprovando assim sua hipótese.
Desenvolveu também os primeiros conhecimentos sobre a constituição da Galáxia, além de ter descoberto a radiação infra-vermelha na luz do Sol e algumas notáveis conjecturas a respeito das propriedades dessa radiação.
Sua irmã, Caroline Lucretia Herschel, colaborou estreitamente em seu trabalho, descobrindo também cometas e organizando um catálogo de nebulosas. A tradição astronómica da família ainda continuaria com seu filho (John Herschel) e dois netos. Foi enterrado na Abadia de Westminster.


mmm

Há 26 anos a sonda Giotto passou a 596 km do núcleo do cometa Halley

A sonda Giotto foi uma missão não tripulada da Agência Espacial Europeia - ESA com a finalidade de pesquisar o cometa Halley de perto. Foi lançada pelo foguete Ariane 1 voo V 14, em 2 de julho de 1985. Não se esperava que a sonda viesse a sobreviver ao passar pela cauda do cometa, mas apesar do impacto de algumas partículas, a maioria dos equipamentos continuou a funcionar normalmente. Posteriormente a missão foi estendida agora para interceptar um segundo alvo, o cometa Grigg-Skjellerup.
Em 13 de março de 1986 a sonda Giotto conseguiu se aproximar bastante do cometa, ficando a uma distância de apenas 596 quilómetros do seu núcleo. Quando do encontro, a distância da sonda ao Sol era de 0,89 UA e de 0,98 UA a distância da sonda para a Terra.
A sonda Giotto recebeu este nome em homenagem a um pintor da época medieval denominado de Giotto di Bondone. Ele havia observado o cometa em 1301 e este facto o inspirou a pintar a estrela de Belém na sua pintura sobre a história do Natal.
Estava previsto originalmente que esta missão seria uma missão conjunta entre os Estados Unidos e a ESA, porém devido a um programa de contenções de despesas, os Estados Unidos abandonaram esta missão. Também havia planos de observar o cometa através de um dos voos de órbita baixa de um Vaivém Espacial. Mas o plano foi cancelado devido ao desastre do Vaivém Espacial Challenger.
Havia um plano de se enviar uma armada de seis sondas para pesquisar o cometa. Essa armada era constituída além da sonda Giotto, de duas sondas soviéticas representadas pela Missão Vega, duas sondas do Japão: a sonda Sakigake e a sonda Suisei e por último, a sonda americana ISEE-3/ICE. A ideia era que as duas sondas japonesas, mais a sonda norte-americana fizessem um estudo de longa distância do cometa. Seguidas pelas duas sondas russas, que mirariam suas pesquisas mais para o núcleo do cometa. Todas essas informações seriam enviadas para a sonda Giotto, para ela mais precisamente aproximar do seu núcleo. Este grupo de sondas exploradoras do cometa Halley ficou denominada de Armada Halley.
Como foi previsto que a sonda iria passar muito próximo de seu núcleo de Halley, acreditou-se que a sonda não viria a sobreviver ao impacto de suas partículas em altíssima velocidade.
A sonda possuía um tamanho modesto e tinha uma massa de 960 kg. Seu corpo principal era constituído de um pequeno cilindro de 1,85 metros de diâmetro, com 1,1 metros de altura. Seu interior era constituído de três plataformas. A do topo com uma altura de 30 cm, depois a plataforma principal com 40 cm de altura e finalmente a plataforma de experimentos com cerca de 30 cm de altura. Em cada plataforma eram montados os subsistemas e experimentos. No topo do cilindro estava localizado um tripé que sustentava uma antena direcional de alto-ganho de 1,5 metros de diâmetro, dando a sonda a altura total de 2,85 metros. O principal motor do foguete estava posicionado no centro do cilindro.com o seu tubo de descarga saído por baixo do cilindro.
O maior problema enfrentado pela missão era o de garantir que a sonda pudesse sobrevir o máximo de tempo possível para que pudesse obter fotos e análise do núcleo do cometa, sendo que a velocidade relativa de ambos era de 245.000 km/h.
A sonda Giotto se baseia em um modelo da sonda GEOS. Ela foi construída pela British Aerospace e foi modificada com a adição de um escudo para proteger a sondas das partículas cometárias, proposto por Fred Whipple. Era composto de uma fina cobertura de alumínio de 1 mm de espessura e de uma manta de Kevlar de 12 mm, separados um do outro por um espaço de 25 cm, podendo resistir a impactos de partículas com até 0,1 grama de massa. A sonda Stardust também utilizou este escudo de proteção contra as partículas do cometa Wild 2, que visitou.
Dez equipamentos equipavam a sonda Giotto. Uma câmara teleobjetiva, três espectrómetros, de massa, de neutrões e de íões. Vários detectores de partículas, um fotopolimerizador e um conjunto de experimentos para a análise do plasma.
Todos os experimentos funcionaram bem e retornaram um bom número de informações científicas e forneceram uma importante e clara identificação do núcleo do cometa.
Com 14 segundos antes de seu ponto de maior aproximação, a sonda Giotto foi atingida por uma "grande" partícula de poeira do cometa, que lhe provocou uma rotação de 0,9 graus. Neste ponto os instrumentos científicos passaram a funcionar de forma intermitente, pelos próximos 32 minutos.
Muitos sensores sobreviveram ao encontro com pouco ou nenhum dano. Entre os instrumentos inoperantes incluem os espectrómetros de neutros e de iões, além de um detector de partículas e de um analisador de plasma.
Na sua fase estendida a sonda obteve sucesso no encontro com o cometa Grigg-Skjellerup em 10 de julho de 1992. Chegando a máxima aproximação de 200 km.
Na ocasião, a distância heliocêntrica da sonda era de 1,01 UA, e a distância geocêntrica da sonda era de 1,43 UA.
Para esta nova jornada de pesquisa, os equipamentos da sonda foram ligados na noite de 9 de julho e os operadores da missão ficaram surpreendidos com a boa resposta que obtiveram da sonda.

 
O núcleo do cometa Halley - foto de 13 de março de 1986 da sonda Giotto

Adoração dos Reis Magos - afresco de Giotto

quinta-feira, março 08, 2012

O maior meteorito alguma vez recuperado caiu há 36 anos na China

(imagem daqui)

No dia 8 de março de 1976, há 34 anos, ocorreu a queda do maior meteorito rochoso já registada. O Meteorito Jilin caiu perto da cidade de Jilin, na Manchúria, nordeste da China (44° 0′ N, 126° 0′ E).

Foram recuperadas quase 4 toneladas de escombros do meteorito classificado com um condrito tipo H5 e o maior dos pedaços tinha um peso de 1,77 toneladas. Trata-se também do fragmento mais massivo já recuperado de um meteorito.

O impacto produziu uma cratera de 6 metros de profundidade, a cerca de 200 metros da residência mais próxima em Jilin.

(imagem daqui)

Mais novidades sobre dinossáurios

Identificada cor das penas do dinossauro
Microraptor era dinossauro alado negro e brilhante

Nova representação do Microraptor (Mick Ellison)

Fóssil do Microraptor (Mick Ellison)

Nos céus do Cretácico, há 130 milhões de anos, o Microraptor seria um vulto negro e brilhante a planar. O dinossauro alado já é bem conhecido entre os paleontólogos, mas nunca se tinha analisado com este detalhe a cor da plumagem. Uma equipa de cientistas descobriu que as penas eram negras e tinham um brilho iridescente, uma característica comum nas aves de hoje, mas que só se tinha encontrado ainda num fóssil de uma ave com 47 milhões de anos. O estudo é publicado nesta quinta-feira na edição online da Science.

 “Com numerosas descobertas de fósseis de aves e plantas com flores, já sabíamos que o Cretácico era um mundo colorido, mas agora aumentámos essa perspectiva com o Microraptor, o primeiro dinossauro a mostrar uma cor iridescente”, disse Ke-Qin Gao, um dos vários autores do estudo, da Universidade de Peking, em Pequim. “Há poucos anos, teria sido inconcebível para nós imaginar que iríamos fazer um estudo destes”, disse em comunicado.

As conclusões foram retiradas a partir de um fóssil com penas de Microraptor, descoberto no Nordeste da China, que já tinha sido estudado. Desta vez, os cientistas analisaram as penas com um microscópio electrónico. Para onde olharam? Para os melanossomas. Estruturas ricas em pigmentos, que consoante o seu tamanho, forma e empilhamento, ajudam a reflectir a luz de uma certa forma, e dão cor às penas.

Os cientistas compararam os melanossomas do Microraptor com os melanossomas de aves vivas com diferentes cores e, a partir da organização destas estruturas e a comparação com o que se passa hoje na natureza concluíram que a plumagem do Microraptor era preta e tinha um brilho iridescente – que faz reflectir todas as cores do arco-íris. Este brilho só surge quando os melanossomas estão postos em camadas empilhadas.

“As aves modernas usam as suas penas para vários objectivos diferentes, desde o voo, passando pela termorregulação até aos rituais de acasalamento”, disse Matt Shawkey, investigador da Universidade de Akron, Ohio, EUA, que também fez parte da equipa. “A iridescência está espalhada nos pássaros modernos e é frequentemente utilizada em exibições. Esta prova de que o Microraptor era iridescente sugere que as penas eram importantes para a exibição numa altura relativamente inicial da evolução”, disse em comunicado.

quinta-feira, março 01, 2012

Há 30 anos uma sonda aterrou em Vénus e tirou as primeiras fotos do solo do planeta

Venera 13 (Russian: Венера-13) was a probe in the Soviet Venera program for the exploration of Venus.
Venera 13 and 14 were identical spacecraft built to take advantage of the 1981 Venus launch opportunity and launched 5 days apart, Venera 13 on 1981-10-30 at 06:04:00 UTC and Venera 14 on 1981-11-04 at 05:31:00 UTC, both with an on-orbit dry mass of 760 kg.

Design
Each mission consisted of a bus and an attached descent craft. The descent craft/lander was a hermetically sealed pressure vessel, which contained most of the instrumentation and electronics, mounted on a ring-shaped landing platform and topped by an antenna. The design was similar to the earlier Venera 9–12 landers. It carried instruments to take chemical and isotopic measurements, monitor the spectrum of scattered sunlight, and record electric discharges during its descent phase through the Venusian atmosphere. The spacecraft utilized a camera system, an X-ray fluorescence spectrometer, a screw drill and surface sampler, a dynamic penetrometer, and a seismometer to conduct investigations on the surface.
List of lander experiments and instruments:
Landing
After launch and a four month cruise to Venus the descent vehicle separated from the bus and plunged into the Venusian atmosphere on March 1, 1982. After entering the atmosphere a parachute was deployed. At an altitude of about 50 km the parachute was released and simple airbraking was used the rest of the way to the surface.
Venera 13 landed at 7.5°S 303°E, about 950 km northeast of Venera 14, just east of the eastern extension of an elevated region known as Phoebe Regio.
The lander had cameras to take pictures of the ground and spring-loaded arms to measure the compressibility of the soil. The quartz camera windows were covered by lens caps which popped off after descent.
The area was composed of bedrock outcrops surrounded by dark, fine-grained soil. After landing, an imaging panorama was started and a mechanical drilling arm reached to the surface and obtained a sample, which was deposited in a hermetically sealed chamber, maintained at 30 °C and a pressure of about 0.05 atmosphere (5 kPa). The composition of the sample determined by the X-ray fluorescence spectrometer put it in the class of weakly differentiated melanocratic alkaline gabbroids.
The lander survived for 127 minutes (the planned design life was 32 minutes) in an environment with a temperature of 457 °C and a pressure of 89 Earth atmospheres (9.0 MPa). The descent vehicle transmitted data to the bus, which acted as a data relay as it flew by Venus.

Venera 13 landing site - left

Venera 13 landing site - right

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Notícia sobre paleontologia no Público

Reconstruído fóssil de pinguim que viveu há 25 milhões de anos na Nova Zelândia

Dois pinguins Kairuku numa praia, passando por um golfinho Waipatia que deu à costa

Há 25 milhões de anos vivia na Nova Zelândia um pinguim com mais de um metro de altura, Kairuku, revelam agora os investigadores que reconstruíram o fóssil deste animal pré-histórico, depois de 35 anos de trabalho.

“Kairuku [palavra Maori que significa “mergulhador que regressa com alimento”] era uma ave elegante para os padrões dos pinguins, com um corpo esguio” e patas robustas, e estima-se que tivesse mais de um metro e 20 de altura, disse em comunicado Dan Ksepka, da Universidade estatal da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O investigador acredita que esta seria a maior das cinco espécies comuns na Nova Zelândia há 25 milhões de anos. Na verdade, seria mais alto do que o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) actual.

O trabalho de Ksepka e Paul Brinkman, da mesma universidade - que permite saber mais sobre a diversidade dos pinguins na Pré-história e sobre a evolução destes animais -, baseou-se na reconstrução de Kairuku a partir de um esqueleto de um pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), como modelo, e dos ossos de dois exemplares distintos destas aves antigas.

O primeiro fóssil de pinguim Kairuku foi encontrado pelo zoólogo e paleontólogo neozelandês Brian J. Marples na década de 40 do século XX. Mas estes ossos não foram reconhecidos como sendo de uma nova espécie porque não estavam bem preservados e apenas incluiam algumas partes dos ossos das asas. Mais tarde, em 1977, Ewan Fordyce, paleontólogo da Universidade de Otago, acabou por descobrir esqueletos muito completos nas margens do rio Waihao, na região de Canterbury, na ilha Sul da Nova Zelândia. De acordo com Ksepka, "estes fósseis estão entre os fósseis de pinguins mais completos alguma vez encontrados".

Em 2009 e 2011, Ksepka e Brinkman viajaram até à Nova Zelândia para ajudar na reconstrução do pinguim. Ksepka interessou-se no fóssil porque a forma do corpo é diferente de qualquer pinguim conhecido, vivo ou extinto. Também o interessou a diversidade de espécies de pinguins que viveram onde hoje é a Nova Zelândia durante o Oligocénico, aproximadamente há 25 milhões de anos. “A localização era muito boa para os pinguins, em termos de alimentação e de segurança. A maior parte da Nova Zelândia estava debaixo de água naquela altura, deixando pequenas massas de terra isoladas, que mantinham os pinguins seguros em relação a potenciais predadores e que lhes providenciavam alimento abundante”, disse Ksepka.

Ksepka espera que a reconstrução de Kairuku – um trabalho publicado na revista Journal of Vertebrade Paleontology - dê mais informações a outros paleontólogos sobre os fósseis encontrados na Nova Zelândia e que ajude a aumentar o conhecimento sobre as espécies de pinguins. “Esta espécie dá-nos uma imagem mais completa destes pinguins gigantes e pode ajudar-nos a determinar qual a sua distribuição geográfica durante o período do Oligocénico”, acrescentou o investigador.


Mais novidades sobre a extinção dos neandertais

Evolução humana
Neandertais poderiam já estar perto da extinção quando nos encontraram

Representação de uma família de Neandertais

Os estudos de ADN têm uma tendência para revolver a história da evolução humana, desta vez uma nova investigação sugere que quando os nossos antepassados contactaram com os Neandertais, há menos de 50.000 anos, estes já eram sobreviventes de um fenómeno que tinha ceifado quase totalmente a espécie, conclui um artigo publicado na revista Molecular Biology and Evolution.

A equipa internacional, que inclui investigadores do Centro de Evolução e Comportamento Humano da Universidade Complutense de Madrid, analisou o ADN extraído do osso de 13 Neandertais. Os indivíduos viveram entre os 100.000 e os 35.000 anos, e foram encontrados em sítios arqueológicos que se estendem desde a Espanha até à Ásia.

Os cientistas analisaram a variabilidade do ADN mitocondrial, que existe dentro das mitocôndrias, as baterias das células que são sempre herdadas da mãe para os filhos. A partir desta análise, verificaram que havia muito mais variabilidade entre os Neandertais que viveram há mais de 50.000 anos, do que os indivíduos que viveram durante os 10.000 anos depois, pouco antes de se terem extinguido.

Os indivíduos com menos de 50.000 anos tinham uma variabilidade genética seis vezes menor do que os mais antigos. Isto evidencia um fenómeno que provocou a morte de um grande número de pessoas desta espécie. Depois disto, sucedeu-se uma re-colonização da Europa a partir de populações de Neandertais vindas de Ásia.

“O facto de os Neandertais terem estado quase extintos na Europa, e depois terem recuperado, e tudo isso ter acontecido antes de entrarem em contacto com os humanos modernos, é uma surpresa total”, disse Love Dalen, o primeiro autor do artigo, que pertence ao centro de investigação de Madrid e ao Museu de História Natural de Estocolmo, Suécia. “Isto indica que os Neandertais poderiam ser mais sensíveis a mudanças climáticas dramáticas que ocorreram durante a última Idade do Gelo, do que se pensava anteriormente”, disse, citado pela BBC News.

Segundo o artigo, a variabilidade do genoma dos Neandertais antes do tal fenómeno que ocorreu há 50.000 anos era equivalente à variabilidade da espécie humana. Depois do fenómeno, essa variabilidade passou a ser menor do que a que existe hoje entre a população da Islândia.

Este fenómeno poderá estar ligado às alterações climáticas. Pensa-se que há cerca de 50.000 anos alterações nas correntes oceânicas do Atlântico causaram uma série de temporadas geladas que alteraram inclusive a cobertura vegetal da Europa.

O que quer que tenha acontecido depois, quando os humanos modernos foram migrando pela Europa, continua a ser uma incógnita. Mas estes dados sugerem que as populações de Neandertais que os nossos antepassados encontraram seriam muito mais homogéneas a nível genético e por isso muito mais vulneráveis a alterações no ambiente.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

História do tempo em os cavalos eram pequeninos e o calor os fazia diminuir

Paleontologia
Calor fez diminuir tamanho de cavalos há 56 milhões de anos

A reconstrução de um cavalo da altura a tocar no nariz de um cavalo moderno  
(Danielle Byerley/Museu de História Natural da Florida)

Há mais de 50 milhões de anos, a Terra era um local mais quente do que hoje e cavalos do tamanho de gatos corriam nas florestas da América do Norte, descobriram cientistas dos Estados Unidos, que publicaram nesta quinta-feira um artigo na Science.

Estes cavalos primitivos, conhecidos como Sifrihippys, encolheram de tamanho ao longo de dezenas de milhares de anos para se adaptarem às temperaturas mais altas durante um período em que as emissões de metano atingiram um pico, provavelmente devido a uma série de erupções vulcânicas.

A investigação pode dar indicações de como é que os animais que vivem hoje no planeta vão adaptar-se ao aquecimento provocado pelas alterações climáticas de causa humana, defendem os cientistas.

Os investigadores fizeram esta descoberta depois de analisarem fósseis de dentes de cavalos descobertos no estado de Wyoming, EUA. Os fósseis mostraram que os espécimes mais antigos tinham dentes maiores, o que significa que a espécie diminuiu ao longo do tempo.

Muito animais acabaram por se extinguir durante um período de 175.000 anos conhecido pelo Máximo Térmico do Paleoceo–Eoceno, há cerca de 56 milhões de anos. Outros animais ficaram mais pequenos para sobreviverem num mundo com menos alimento.

“Por ser um período de tempo suficientemente longo, há um argumento forte de que estamos a olhar para a selecção natural e para a evolução – isso corresponde à mudança de temperatura como força motriz da evolução destes cavalos”, disse o co-autor Jonathan Bloch, do Museu de História Natural da Florida.

As temperaturas médias do globo subiram cerca de 5,7 ºC durante o período de tempo em que quantidades enormes de carbono entraram na atmosfera e nos oceanos. A superfície do mar do Árctico seria de cerca de 23 ºC, uma temperatura semelhante às águas subtropicais de hoje.

A investigação mostrou que o Sifrhippus diminui quase para um terço do tamanho original, alcançando o tamanho de um pequeno gato de quatro quilos nos primeiros 130.000 anos deste período. Depois, ao fim de um período de 45.000 anos, os cavalos foram aumentando de tamanho até aos sete quilos.

Durante este período, cerca de um terço dos mamíferos conhecidos também ficaram mais pequenos, alguns reduziram para metade do tamanho.

“Isto tem implicações para o que poderemos esperar que aconteça nos próximos dois séculos, pelo menos a partir de alguns modelos climáticos que prevêem um aumento de até 4 ºC na temperatura ao longo dos próximos 100 a 200 anos”, disse Ross Secord, outro autor do estudo, da Universidade de Nebrasca.

Já foi observada uma diminuição do tamanho de alguns pássaros quando são comparados com as versões que existiam no passado, quando o clima era mais frio, argumenta o cientista.

No entanto, estima-se que as previsões das mudanças do clima ocorram já nos próximos dois séculos. Este máximo térmico que aconteceu há 56 milhões de anos ocorreu muito mais gradualmente, demorando entre 10.000 e 20.000 anos para a temperatura subir os seis graus.

“Por isso há uma grande diferença na escala e a questão é: ‘Vamos ver o mesmo tipo de resposta?’ Será que os animais são capazes de responder às mudanças e reajustarem o tamanho dos seus corpos durante o próximo par de séculos?”, questionou o cientista.