terça-feira, novembro 30, 2010

Jornadas Pedagógicas Ambientais em Idanha-a-Nova


 

XVIII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental

28 a 30 de Janeiro de 2011

Idanha-a-Nova


Paisagens educativas (LearnScapes) definem-se como “locais onde um programa de aprendizagem foi desenhado para permitir aos usuários interagir com o meio ambiente”. A sua finalidade é promover e ampliar a consciência ambiental, através da apresentação da biodiversidade (e da geodiversidade) como base para a conservação ambiental e o desenvolvimento ecologicamente sustentável. Isto consegue-se através do desenvolvimento de currículos que envolvem os alunos de forma interactiva com o ambiente circundante. Idealmente, LearnScapes incorporam os resultados educacionais, ambientais e sociais, que reflectem as características da comunidade e da escola.

As Jornadas são espaços de participação e de (in)formação em Educação Ambiental e visam proporcionar aos participantes oportunidade de partilhar experiências, boas práticas e reflexões sobre as questões ambientais e de sustentabilidade, bem como estabelecer redes de cooperação inter e intra-instituições. A proposta das XVIII Jornadas de Educação Ambiental é “voltar às origens”, dar protagonismo à natureza e aos princípios e valores que devem reger as relações entre os seres humanos e a restante comunidade de vida, nos diversos espaços naturais e vivenciais. As Jornadas constituir-se-ão como um espaço e uma oportunidade para conhecer, explorar, partilhar, (con)viver, fruir a natureza, nas suas múltiplas facetas, perspectivadas nas suas potencialidades pedagógicas para a educação ambiental para a sustentabilidade.


Ficheiros de Apoio:
ASPEA - Associação Portuguesa de Educação Ambiental



NOTA: programa muito interessante, preço acessível e creditado como Acção de Formação…!

domingo, novembro 28, 2010

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line (IV)


Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.


in Movimento Perpétuo, 1956 - António Gedeão

sábado, novembro 27, 2010

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line (III)

Adriano Correia de Oliveira - Fala do Homem Nascido 

Poema: António Gedeão
Música: José Niza



Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Tenho pressa de viver,
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham,
Nem forças que me molestem,
Correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
Que a Natureza sou eu,
E as forças da Natureza
Nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.

(in "Cantaremos", Orfeu, 1970, reed. Movieplay, 1999)

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line (II)


Adriano Correia de Oliveira - Fala do Homem Nascido 

Poema: António Gedeão
Música: José Niza



Venho da terra assombrada,
Do ventre de minha mãe;
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.
Tenho pressa de viver,
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham,
Nem forças que me molestem,
Correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
Que a Natureza sou eu,
E as forças da Natureza
Nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.

(in "Cantaremos", Orfeu, 1970, reed. Movieplay, 1999)

Maqueta da Lisboa ante sismo de 1755 disponível para visita

Projecto levou cinco anos a ser concretizado
Lisboa de 1755 num ecrã táctil

Directora do Museu da Cidade diz que projecto implicou grande processo de investigação

A reconstituição tridimensional da cidade de Lisboa antes do grande terramoto de 1755 foi esta quinta-feira apresentada pelo Museu da Cidade. Consiste numa “leitura pormenorizada” da maqueta feita em 1955 por Ticiano Violante.

O programa "é uma ideia bastante antiga e queremos oferecer ao público uma leitura mais pormenorizada da maqueta feita em 1955 e 1958 por Ticiano Violante, valorizando a peça e explorando toda a informação que ela tem para nos oferecer", disse ao CM a Directora do Museu da Cidade, Ana Cristina Leite.

O projecto, que começou em 2005, implicou um grande processo de investigação, onde a equipa do museu reuniu toda a documentação "cartográfica, iconográfica, documental e textos escritos sobre todas as teses da cidade nestes últimos anos", disse a directora.

Ana Leite acrescentou que a grande novidade "é o material e a informação inédita que tínhamos, vinda de intervenções arqueológicas feitas nos últimos dez anos pelo museu, que redescobriram parte da cidade pré-terramoto."

Para já, o projecto não se encontra acabado, uma vez que este não é "de maneira nenhuma um modelo fechado".

"É o que nos permite estes modelos virtuais. Se tivermos dados novos, é sempre possível rectificar ou acrescentar."


VINTE PONTOS PARA PESQUISAR

Os visitantes terão a possibilidade de pesquisar individualmente os cerca de 20 pontos virtuais da cidade lisboeta, através de ecrãs tácteis, onde, consoante o que quiserem ver, surgirá uma luz sob a maqueta para melhor localizar as pessoas.

"Fundamentalmente é fazer uma viagem no tempo, e saber como era a cidade antes de 1755, que hoje tem uma configuração completamente diferente do que tinha antes. Pretendemos captar novos públicos, melhorar a comunicação com os nosso públicos, e ao mesmo tempo é um projecto importante para o museu e para a cidade", disse a responsável.

O Centro de História de Arte da Universidade de Évora denunciou um abuso de contactos - com um investigador norte-americano que veio a Lisboa a seu convite - e o silenciamento da hipótese de parceria. Ana Leite diz desconhecer a controvérsia, sublinhando que "o Museu da Cidade fez isto como equipa interna".

"O senhor Bernard Frischer teve conhecimento do nosso projecto, viu-o e pronunciou-se sobre o modelo depois de um jornalista cultural da câmara o ter entrevistado. Penso que isso é uma questão democrática", respondeu.

Na inauguração estiveram presentes o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.

in CM - ler notícia

sexta-feira, novembro 26, 2010

Semana da Ciência e da Tecnologia - Tertúlia on-line

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)
(Caricatura in Blog Desenhos do Rui)

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias. 
 
Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusive, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.
Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto, após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal, decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

Semana da Ciência e da Tecnologia 2010

Como todos os anos, o autor destas linhas participa nas actividades da Ciência Viva que comemoram o nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão, neste caso a Semana da Ciência e da Tecnologia 2010, embora este ano com mais dificuldade - a doença grave de um familiar assim o obriga... - mas fazendo-se o que se pode.
Assim o Blog participa, conjuntamente com os Blogues Geopedrados, Ciências Correia Mateus, GeoLeiria, AstroLeiria, XadrezLeiria, Vila Franca das Naves, Escabralhado, 9º A, 9º B e 9º C (três últimos da Escola Correia Mateus) nas seguintes actividades:
A actividade que é referida em primeiro lugar terá direito a diversos posts em breve aqui no Blog...

Semana da Ciência e da Tecnologia 2010

Como todos os anos, o autor destas linhas participa nas actividades da Ciência Viva que comemoram o nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão, neste caso a Semana da Ciência e da Tecnologia 2010, embora este ano com mais dificuldade - a doença grave de um familiar assim o obriga... - mas fazendo-se o que se pode.
Assim o Blog participa, conjuntamente com os Blogues Geopedrados, Ciências Correia Mateus, GeoLeiria, AstroLeiria, XadrezLeiria, Vila Franca das Naves, Escabralhado, 9º A, 9º B e 9º C (três últimos da Escola Correia Mateus) nas seguintes actividades:
A actividade que é referida em primeiro lugar terá direito a diversos posts em breve aqui no Blog...

Sugestão de prenda de Natal

(clicar para aumentar)

Notas Importantes:
  • Preços apresentados incluem IVA à taxa actual
  • Portes não incluídos
  • Encomendas para encomendas@galactica.pt
  • Válido entre 02.11.2010 e 30.11.2010

Informação: Galáctica - Espaço M51



NOTA: post em estereofonia com o blog AstroLeiria.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Observação astronómica na Senhora do Monte

Inserida nas actividades da Semana da Ciência e Tecnologia 2010, iremos fazer uma Observação Astronómica, na Senhora do Monte (Cortes – Leiria) aberta ao público em geral e sem pré-inscrição. Esta decorre no dia 26.11.2010 (6ª) entre as 21.00 e as 24.00 horas, pouco depois das Antenas de Rádio da zona mais alta do concelho de Leiria.
Aqui ficam os ficheiros de apoio:
NOTA: para quem não conhece a zona, aqui fica mapa do local da observação, em mapa configurável, bem como local de partida (Café Olhalvas), às 20.35 horas, de alguns participantes:
NOTA: actividade em conjunto com o Blog AstroLeiria.

quinta-feira, novembro 18, 2010

terça-feira, novembro 16, 2010

As primeiras amostras de asteróide chegam à Terra!

Japão orgulhoso do seu engenho espacial
Hayabusa foi mesmo a primeira sonda a trazer amostras de asteróide para a Terra

A Hayabusa colheu amostras do asteróide Itokawa e fez sete anos de viagem

A primeira sonda a trazer amostras de um asteróide para a Terra foi mesmo a Hayabusa japonesa, apesar de todos os problemas que sofreu, confirmou a Agência de Exploração Espacial do Japão (JAXA).

“Podemos confirmar a presença de 1500 partículas do asteróide Itokawa” nas amostras recolhidas este ano, no deserto australiano, após uma acidentada viagem pelo espaço, cheia de avarias. A composição das poeiras é extraterrestre, e há até um material que não se encontra na superfície terrestre, avança o site da revista de divulgação científica “New Scientist”.

É a primeira vez que chegam à Terra materiais colhidos directamente num outro corpo do sistema solar – até agora, só tínhamos amostras da Lua. O estudo destas poeiras – que têm menos de dez mícrons, sendo que um mícron é a milionésima parte de um metro – pode revelar-nos quais os materiais que existiam quando os planetas se formaram.

Para além de ajudar os cientistas a compreender a nossa casa no Universo, estudar os asteróides e a sua composição pode ser importante para proteger a Terra de eventuais impactos – nada como conhecer aquilo que se quer rebentar, ou afastar, por exemplo.

"A ciência que vamos fazer com base nestas partículas nos próximos anos não tem preço", comentou Paul Abell, do Centro Espacial Johnson da NASA, membro da equipa Hayabusa. "Depois de todo o trabalho duro que tivemos, e toda a longa espera, podemos dizer que pela primeira vez obtivémos amostras colhidas directamente num asteróide", disse, citado pela "New Scientist".

No Japão, a notícia é motivo de grande orgulho. “Estou extremamente emocionado, nem sei como descrever isto que vai para além dos meus sonhos, tivemos uma sorte incrível”, reagiu Junichiro Kawaguchi, o director do projecto na JAXA, citado pela agência AFP. “É uma estreia mundial e um sucesso notável”, sublinhou o ministro nipónico da Ciência e da Tecnologia, Yoshiaki Takagi, numa conferência de imprensa em Tóquio.

A cápsula com as poeiras do asteróide Itokawa foi recuperada em Junho, no deserto australiano, onde foi largada pela Hayabusa, ao reentrar na atmosfera terrestre. A sonda desintegrou-se, sem suportar as altas temperaturas da reentrada na atmosfera, terminando em fogo uma viagem espacial de ida e volta de sete anos e 6000 milhões de quilómetros.

Durante esta longa viagem, teve repetidas avarias, nos motores, nas baterias e outros equipamentos, que levaram a atrasar três anos o seu regresso à Terra e faziam duvidar de que existissem mesmo poeiras de asteróide no depósito que tinha sido colocado na sonda baptizada com a palavra em japonês para “falcão”. Mas, após o seu regresso à Terra em Junho, a Hayabusa tornou-se para os japoneses, grandes e pequenos, símbolo da temeridade e de persistência na adversidade, sublinha a AFP.

Saída de Campo na Serra da Estrela - Cogumelos

Saída de Campo "Introdução à Identificação de Cogumelos Silvestres"

21 de Novembro de 2010

A associação ALDEIA e o CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens) organizam, a 21 de Novembro, a saída de campo "Introdução à Identificação de Cogumelos Silvestres", em pleno Parque Natural da Serra da Estrela. A actividade é gratuita.

Esta saída é para "quem gosta de cogumelos silvestres e se quer iniciar na sua identificação", explicam os organizadores.

A actividade irá decorrer "num dos locais com mais tradição no que à colheita de cogumelos diz respeito. O objectivo desta saída de campo é dotar os participantes do conhecimento básico, sobre a identificação das espécies de cogumelos mais comuns do Parque Natural da Serra da Estrela".

A saída de campo está sujeita a alterações em função das condições meteorológicas.


Programa

08.00 – Ponto de encontro em Gouveia, na Delegação do Parque Natural da Serra da Estrela

08.30 – Saída de campo para recolha de cogumelos silvestres. Percurso pedestre de média dificuldade

13.00 – Pausa para almoço de campo (da responsabilidade dos participantes)

17.00 – Final da saída de campo

17.30 – Balanço da actividade e pequena tertúlia sobre a temática da actividade


Contactos

Telefone: 962 714 492

E-mail: cervas.pnse@gmail.com

sexta-feira, novembro 12, 2010

Formação sobre Blogues



Fazer e utilizar Blogues em contexto escolar

Mini-Acção de Formação não-creditada

Local
: Escola Básica Dr. Correia Mateus – Leiria.

Data: 17.11.2010 (4ª).

Horário: 14.30 – 16.30 horas.

Destinatários: Professores, com prioridade para docentes dos Grupos 230 e 520 da Escola Correia Mateus, mas aberta a outros docentes da mesma Escola ou de outras Escolas, até um limite de 15 pessoas (é necessário ter conhecimentos mínimos de Internet e ter e-mail do Google – Gmail – activo e funcional).

Actividades: Workshop para professores de aprofundamento de conhecimentos sobre a utilização em contexto escolar de Blogues, com especial ênfase na sua aplicação em divulgação científica, no uso com turmas e na sua adaptação a uso escolar. No âmbito da actividade far-se-á um Blogue na plataforma de alojamento Blogger e um Blogue de apoio na plataforma WordPress, bem como actualizações do Blogue Ciências Correia Mateus e/ou blogues dos participantes.

Formador: Fernando João Fernandes Oliveira Martins.

Organização: Grupo 520 (Biologia e Geologia) da Escola Correia Mateus e Blog Geopedrados.

Inscrições: por e-mail (fernando.oliveira.martins-arroba-gmail.com) ou Fax (244 854 019), indicando Nome, Grupo Disciplinar, E-mail e Escola onde lecciona.

NOTA: Será passado um Diploma aos participantes.

Documentos de Apoio:

Inquérito sobre Ciência

Recebido via e-mail, de uma ex-aluna, que está a fazer um estágio na área da divulgação de ciência em Espanha e que pretende transpor alguns dos conhecimentos adquiridos para a realidade Portuguesa:

Boa noite.
Gostaria de pedir a sua colaboração no preenchimento de um questionário que pode encontrar no seguinte endereço:


São apenas 5 minutos...

Trata-se de um questionário de auto-avaliação: não existem respostas correctas nem erradas. E serve apenas de orientação para definir alguns parâmetros sobre o conhecimento da pessoa comum sobre ciência.

Os inquiridos devem ter os seguintes pré-requisitos:

  • ter mais de 35 anos;
  • aceder à Internet pelo menos uma hora por semana por motivos não profissionais;
  • ser português e/ou residente em Portugal há pelo menos 3 anos.

Agradeço a colaboração e a divulgação. Obrigada.
Vera Ferreira

quarta-feira, novembro 10, 2010

Jornadas Quercus de borla em Fátima


XX Jornadas de Ambiente da Quercus

12 de Novembro de 2010 - Fátima

A Quercus vai realizar, no próximo dia 12 de Novembro, as suas XX Jornadas de Ambiente, este ano dedicadas ao tema do “Valorizar os Serviços dos Ecossistemas”. As Jornadas terão lugar no Dom Gonçalo - Hotel & SPA, em Fátima.


Programa

09.30 - Sessão de Abertura
  • Anabela Trindade (Sub-Directora Geral da APA - Agência Portuguesa de Ambiente)
  • Tito Rosa (Presidente do ICNB – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade)
  • José Alho (Vice-Presidente do Município de Ourém)*
  • Susana Fonseca (Presidente da Quercus)
  • Representantes das empresas Mecenas das Jornadas

Entrega do Prémio "Valorização e Sustentabilidade do Sobreiro e da Biodiversidade Associada” ao Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves do Instituto Superior de Agronomia (ISA), que concorreu com o trabalho “Exclusão de pastoreio e biodiversidade dos montados: fundamentos para utilização do pastoreio rotacional”, Este prémio surge no âmbito da iniciativa europeia Business & Biodiversity, em resultado de um acordo celebrado em Outubro de 2007 entre a CORTICEIRA AMORIM, o ICNB, a AFN, a WWF e a QUERCUS, com vista à defesa do montado de sobro e à preservação da biodiversidade

Manhã
Moderadora: Susana Fonseca (Presidente da Quercus)

10.00 - Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment - Henrique Miguel Pereira (Centro de Biologia Ambiental Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

11.00 - O estado dos serviços de ecossistemas em Portugal. Que opções para responder aos seus problemas? - Tiago Domingos (Instituto Superior Técnico)

Tarde
Moderador: Henrique Miguel Pereira

14.00 - Avaliação dos Ecossistemas de Portugal: Montanha - Estudo de caso - Carlos Aguiar (Instituto Politécnico de Bragança)

15:00 - Como valorizar economicamente os serviços prestados pelos Ecossistemas? - Américo Carvalho Mendes (Universidade Católica Portuguesa do Porto)*

16.00 - O caso de estudo dos serviços ambientais da Machouqueira do Grou - João Gomes Ferreira (CE Liège).

* a confirmar

Informações e Inscrições
Secretariado das Jornadas de Ambiente da Quercus
Apartado 112
2494-909 OURÉM
Telefone 249 544 500
Fax 249 543 243

Elementos necessários para efectuar a inscrição via e-mail:
Nome, Empresa/Entidade (se aplicável), Profissão, Morada, Código Postal, Telefone de contacto, E-mail

Destinatários
Gestores de empresas, directores de ambiente, engenheiros do ambiente, juristas, quadros da Administração Central e Local, profissionais da área de ambiente, público em geral.

As inscrições são gratuitas.
Será disponibilizado um certificado de participação.

Os geneticistas portugueses estão de parabéns

Drosophila americana
Primeiro genoma de um animal descodificado em Portugal

Estão descodificados 12 genomas deste modelo de investigação tão procurado

Pela primeira vez, uma equipa de investigadores portugueses sequenciou por completo o genoma de um animal. O protagonista é uma espécie de mosca-da-fruta – a Drosophila americana –, que neste caso apresenta grandes variações na sua longevidade, o que a torna um excelente modelo para estudos genéticos sobre esta questão numa época em que muitos países se confrontam com o envelhecimento da população.

Até ao momento, 12 espécies de moscas-da-fruta tiveram o genoma descodificado, incluindo a mais famosa de todas, a Drosophila melanogaster, um dos modelos muito utilizados em investigação genética. Agora, a equipa portuguesa, coordenada pelo geneticista Jorge Vieira, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, sequenciou pela primeira vez o genoma da Drosophila americana (que não encontra no território português).

“Não se trata de adicionar mais um genoma de Drosophila à lista”, diz Jorge Vieira, citado num comunicado da Universidade do Porto. “A espécie Drosophila americana deverá ser tida como um modelo único em algumas áreas do conhecimento”, sublinha o investigador, acrescentando que a sua equipa escolheu sequenciar duas estirpes, entre as cerca de 100 que tem no laboratório, que “apresentam longevidades muito diferentes”.

A equipa, que inclui ainda investigadores do Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores do Porto, já está à procura nas duas estirpes de diferenças genéticas entre as moscas que têm uma vida muito longa e as que vivem pouco tempo (o tempo de desenvolvimento, a resistência ao frio e o tamanho são outras diferenças entre elas que podem ser estudadas). A equipa, adianta Jorge Vieira, vai agora procurar os genes responsáveis pelas diferenças de longevidade.

Este trabalho é todo de autoria portuguesa, embora tenha havido a participação do Instituto para Genética Populacional, na Áustria, onde se encontram as máquinas utilizadas na sequenciação de todas as letras (pequenas moléculas) que compõem a grande molécula de ADN da mosca. Ela tem cerca de 15 mil genes, tal como outras espécies de moscas-da-fruta.

Estes dados já foram disponibilizados publicamente num “site” de livre acesso, criado pela equipa (http://cracs.fc.up.pt/~nf/dame/). Outros cientistas pelo mundo fora poderão agora utilizar estes dados em estudos de evolução ou de genética comparativa entre diferentes organismos, por exemplo. “Ter o genoma de Drosophila americana completamente sequenciado era uma necessidade para avançar nos nossos estudos, mas é nossa obrigação disponibilizar essa informação a toda a comunidade”, afirma Jorge Vieira.


NOTA: sugestão de notícia da colega Ana Couto...

O site das áreas protegidas de todo o mundo

Site da ONU convida a um passeio virtual por 150 mil áreas protegidas do mundo

O Parque Natural Sintra-Cascais está no mapa do Pnua (Rui Gaudêncio)
Dos fiordes da Noruega aos vulcões da Austrália, a ONU convida a um passeio virtual por 150 mil áreas protegidas do planeta. O site ProtectedPlanet.net, lançado ontem, inclui também informação sobre 216 locais em Portugal.

O site interactivo, com informação sobre cada área protegida, resulta de uma parceria entre o Programa da ONU para o Ambiente (Pnua) e da UICN (União Mundial de Conservação da Natureza). Entre os pontos marcados no mapa mundial encontramos a Ria de Alvor, o Parque Natural Sintra-Cascais, a Serra do Açor, o Sítio Classificado Rocha da Pena, as Berlengas e a Albufeira do Azibo. Ao todo são 216 locais.

Através das mais recentes imagens de satélite, os utilizadores podem seleccionar uma determinada área protegida e, ao aproximar-se mais, podem obter informações sobre as espécies ameaçadas ou as plantas nativas.

O site oferece ainda a oportunidade para os visitantes descarregarem para o mapa mundial as fotografias das suas próprias viagens às áreas protegidas, escrever diários com as suas experiências e recomendar outras áreas. O projecto quer ajudar a explicar a razão pela qual os recursos naturais estão a ser conservados.

“Isto pode inspirar outras pessoas a fazerem a viagem, levando assim receitas para as comunidades locais, muitas vezes pobres e em zonas remotas do globo”, explica o Pnua em comunicado.

De acordo com a ONU, a indústria do ecoturismo está a crescer rapidamente, representando 77 mil milhões de dólares (55,6 mil milhões de euros) no mercado global do turismo. “À medida que aumenta a preocupação com as alterações climáticas, cada vez mais turistas estão a escolher fazer férias amigas do Ambiente, incluindo visitas a áreas protegidas”, constata o Pnua. Segundo a revista “Travel Weekly”, em 2012 o turismo sustentável poderá crescer até representar 25 por cento do mercado mundial, elevando o valor do sector para cerca de 473 mil milhões de dólares (341 mil milhões de euros) por ano.

“Os parques nacionais e as áreas protegidas representam uma resposta chave e eficaz para conservar e gerir estes bens naturais do planeta”, comentou Achim Steiner, director-executivo do Pnua. Além disso, pode “gerar receitas e modos de vida para as comunidades locais”, acrescentou.


NOTA: sugestão de uma colega (Ana Couto) - o site referenciado (ProtectedPlanet.net) vale a pena ser visitado e o registo:

terça-feira, novembro 09, 2010

Curso de Astronomia em Leiria

Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria, com uma actividade que recomendamos:

Curso de Astronomia – Origens do Universo

Desde a aurora da civilização que observamos o céu e que tentamos compreender o seu mistério. Por que razão existem estrelas? Por que brilham? De que é feito o Cosmos? Como apareceu tudo isto? Como é que estamos aqui? A procura destas respostas tem sido a essência da astronomia. E a busca leva-nos ao princípio de tudo, ao começo das nossas origens. é uma busca antiga aquela que vamos fazer. Vamos tentar compreender as nossas origens, viajando até ao início do universo, aos primeiros átomos, às primeiras estrelas, à formação do sistema solar e ao princípio da vida. Uma longa jornada para tentar compreender alguns dos mistérios mais profundos do Universo, desde as partículas elementares até aos grandes enxames de Galáxias, desde a formação da Terra até à vida.


Assuntos a abordar
  • A origem do Universo e da matéria;
  • O lado escuro do Universo;
  • A formação de estrelas e galáxias;
  • A formação da Terra e do Sistema Solar;
  • A vida no Universo.
Calendarização
20 e 27 de Novembro de 2010, das 15.00 às 20.00 horas

Formador
Astrónomo José Augusto Matos (FISUA – Associação de Física da Universidade), formador e divulgador na área da Astronomia.

Inscrições - Nº mínimo 16 e máximo 30

Público-alvo: Maiores de 14 anos. Não são necessários requisitos mínimos para frequentar a formação.

Custo de inscrição
€25,00/participante

Inscrições:
No Centro de Interpretação Ambiental de Leira, até ao dia 17 de Novembro de 2010.

Centro de Interpretação Ambiental de Leiria
cia@cm-leiria.pt
Contacto telefónico: 244 845 651

Ficheiros de Apoio

Júpiter, GMV & MVJ

Post roubado ao Blog AstroLeiria, com nossos agradecimentos ao João Cruz por mais uma bela foto:

Apesar de as condições atmosféricas não serem as melhores (neblina típica leiriense...) ainda foi possível fazer um boneco do Rei dos Planetas, com a Grande Mancha Vermelha - tempestade onde cabem 3 planetas Terra no seu eixo longitudinal - e a Mancha Vermelha Júnior, com aproximadamente metade do tamanho da GMV. Esta MVJ, originalmente denominada Oval BA desenvolveu-se através das "colisões" de 3 tempestades jovianas, no ano de 2000. Esta Oval BA tinha uma cor branca mas, a partir de Novembro de 2005, houve alterações que culminaram na cor que hoje apresenta, idêntica à GMV.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Adeus vaivém Discovery

Discovery
A última viagem após 26 anos de descobertas


O mais antigo vaivém da NASA em actividade é lançado hoje na sua última sessão


O vaivém espacial Discovery recebeu o seu nome após vários barcos britânicos, conhecidos pelas suas numerosas descobertas, como o HMS Discovery, que navegou com James Cook. Como esses, chega finalmente ao fim a história do terceiro vaivém espacial da agên- cia espacial norte-americana, a NASA. A nave espacial faz hoje o seu último voo antes da reforma, após 26 anos a descobrir o espaço: foi o Discovery que, por exemplo, transportou o telescópio Hubble até ao espaço.

A partida estava programada para segunda-feira, mas alguns problemas técnicos, relacionados com a pressurização de um dos motores de navegação espacial, obrigaram a que a partida fosse adiada por alguns dias.

Ontem, os responsáveis pela missão reuniram-se e aprovaram o lançamento do vaivém, determinando que a nave espacial "estará preparada para esta quarta-feira", às 19.52 (hora portuguesa).

Por parte do tempo, os técnicos de meteorologia de Cabo Canaveral, na Califórnia, estão descansados. Calculam que haja 70% de hipóteses de que o clima respeite o início da missão número 39 do mais velho vaivém espacial em actividade - o terceiro de todos os tempos, após o Enterprise e o Columbia .

A missão em si irá durar 11 dias na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), aliás, local que o Discovery conhece bem, pois foi encarregado das suas missões de investigação, assim como da montagem da dita estação espacial.

A reforma dos três vaivéns espaciais da NASA - Discovery, Atlantis e Endeavour - foi decidida pelo Presidente norte-americano, Barack Obama, que optou por cortar no orçamento da NASA.

Nos seus 26 anos de história - a primeira missão foi a 31 de Agosto de 1984 -, um dos momentos mais marcantes terá sido o transporte do telescópio Hubble para o espaço, no dia 24 de Abril de 1990. O Hubble permitiu explicar o nascimento de estrelas ou planetas e estimar a idade do universo em 13 700 milhões de anos. Inclusive, a investigar a misteriosa matéria negra que fez com que a expansão do Universo tenha sido mais acelerada.

Do seu currículo constam também dois momentos importantes na história da exploração espacial: foi o Discovery que fez as viagens após os desastres com os vaivéns Challenger, em 1988, e Columbia, em 2005. O Challenger partiu-se em dois no dia 28 de Janeiro de 1986, 73 segundos após ser lançado; o Columbia desintegrou-se ao entrar na atmosfera da Terra no primeiro dia de Fevereiro de 2003.

O voo de 1988 foi apelidado de "Retorno ao Espaço", após dois anos sem qualquer lançamento, e foi feito por uma equipa composta apenas por veteranos. O Discovery repetiu a experiência após o desastre do Columbia, com a viagem "Retorno aos Voos", a 26 de Julho de 2005.

Após 38 missões, 5628 órbitas e 230 003 477 quilómetros, a nave vai ter hoje a sua última missão, ao que se segue a reforma. A partir de 12 de Novembro de 2010, o Discovery fica para sempre na Terra.

in DN - ler notícia

terça-feira, novembro 02, 2010

A ISS faz 10 anos e recomenda-se

Espaço
ISS: A grande casa do homem no espaço atingiu a meia-idade

Hoje a ISS tem 14 módulos

A 2 de Novembro de 2000, chegava a primeira tripulação. Agora, tem, pelo menos, mais dez anos para provar as esperanças nela depositadas.


Quando o norte-americano William Shepherd e os russos Serguei Krikaliov e Iuri Guidzenko zarparam do cosmódromo de Baikonur para o espaço a bordo de uma nave Soiuz em direcção à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), sabiam que tinham pela frente dois dias de viagem até chegar àquela a que se começava a chamar a casa do homem no espaço. Mas quando lá chegaram, a 2 de Novembro de 2000, a ISS tinha apenas três módulos: o Zaria (Alvorada, em russo), compartimento de carga e de acoplagem com as naves russas; o Unity, módulo de ligação norte-americano; e um módulo habitacional russo, o Zvezda (Estrela).

Construída ao longo dos anos à maneira de um Lego gigante numa colaboração entre cinco agências espaciais (para além da russa RKA e da norte-americana NASA, há ainda a europeia ESA, a japonesa JAXA e a canadiana CSA), a ISS possui actualmente 14 módulos pressurizados, com nomes igualmente poéticos -Destiny, Harmony, Quest, Tranquility e por aí fora. E ainda uma gigante estrutura exterior que suporta em particular os 16 painéis solares que a abastecem em energia eléctrica.

Mas a ISS ainda não está completa - e apenas o ficará no início do próximo ano. Entretanto, na quarta-feira o vaivém norte-americano Discovery deverá transportar, no seu derradeiro voo espacial, o módulo Leonardo - de fabrico italiano e destinado a armazenar mantimentos e peças sobressalentes.

A última peça do puzzle será colocada em Fevereiro de 2011, quando o vaivém Endeavour entregar o módulo Nauka, que em russo significa "ciência" - e que conterá um instrumento científico baptizado AMS (Alpha Magnetic Spectrometer), que irá analisar os raios cósmicos à procura de grandes quantidades de formas misteriosas de matéria, como antimatéria ou matéria escura.

No início, apenas três pessoas podiam viver na ISS, a mais de 300 km de altitude, em órbita em redor da Terra. Hoje, a estação suporta seis inquilinos, organizados em "expedições" sucessivas, que permanecem cada uma vários meses a bordo. A sua zona habitável é do tamanho "de um grande T6", explica a NASA no seu site, com duas casas de banho e um ginásio. O volume pressurizado interno é superior ao de um Boeing 747.


À espera de retorno

O projecto da ISS foi fortemente criticado ao longo dos anos, principalmente pelos custo, que se estima terá sido, no total, da ordem das dezenas - e talvez mais de uma centena - de milhares de milhões de dólares. O seu fim chegou a ser previsto para 2015, durante a Administração de George W. Bush, mas em finais de 2009 a existência activa da estação acabou por ser prolongada pelo menos até 2020 pela administração Obama.

Para a NASA, é a partir de agora, quando estiver completa, que a ISS poderá iniciar a fase "madura" da sua vida útil. "Com mais dez anos para operar uma ISS na idade madura, esperamos conseguir os retornos científicos para os quais a estação foi construída", diz em comunicado da agência espacial Mike Barratt, que foi engenheiro de voo de duas expedições. "Devemos ao mundo respostas a perguntas de ciência básica e de medicina e a ISS pode fazê-lo abundantemente se utilizada com cuidado."

Um dos objectivos de sempre da ISS foi preparar a via para uma futura permanência humana de longa duração no espaço - seja em missões à Lua ou a Marte.

Há apenas uns dias, a 25 de Outubro, a ISS permitiu bater o recorde de permanência humana contínua no espaço, ultrapassando o anterior recorde de 3644 dias, até aí detido pela sua predecessora, a estação espacial russa Mir.