quinta-feira, novembro 30, 2006

Descobertas feitas e por fazer, Livros que queremos ler

Caro(a) amigo(a)

já alguma vez se interrogou sobre qual foi, até ao dia de hoje, a maior e mais importante descoberta científica de todos os tempos? E o que lhe parece que falta ainda descobrir para darmos mais um passo de gigante na aventura do conhecimento?

Mas não é tudo. Queremos ainda saber qual o livro de divulgação científica que não pode deixar de ser lido.

Na Semana da Ciência e da Tecnologia 2006 convidámos várias personalidades da cultura e da ciência do nosso país a darem o mote a esta iniciativa, que vai continuar nos próximos meses. Este é um convite de grande participação pública.

No site da Ciência Viva (http://www.cienciaviva.pt/diga/) já é possível aceder aos contributos dados por António Coutinho, António Firmino da Costa, Alexandre Quintanilha, Carlos Fiolhais, Fraústo da Silva, João Lobo Antunes, Jorge Buescu, Jorge Calado, José Vítor Malheiros, Manuel Fiolhais, Manuel Heitor, Manuel Paiva, Nuno Crato, Roberto Carneiro e Sobrinho Simões.

A lista vai crescer nos próximos meses. Muitos outros testemunhos são esperados e o seu também. Basta aceder ao site da Ciência Viva e registar o seu contributo.

Ficamos à espera da sua participação!

Conferências sobre Espeleologia


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita por elementos do NEC (Núcleo de Espeleologia de Condeixa) será em 7 de Dezembro de 2006 (5ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.



Picos da Europa e México
Exploração das Grandes Verticais

A não faltar...

PS - As próximas sessões são à 6ª-feira, em 15.12.2006 (não sei o tema e conferencistas) e 22.12.2006 ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul).

quarta-feira, novembro 29, 2006

Projecto europeu OIKOS



Muitas Universidades e Instituições europeias estão a participar num projecto europeu (OIKOS) em que se está a desenvolver uma interface multimédia para a aprendizagem através da Internet (www.e-oikos.net) de temas relacionados com riscos geológicos, aplicáveis a diversos grupos etários.

Veja-se o seguinte exemplo:
http://151.8.193.227/oikosgmap/oikos4.htm

sábado, novembro 25, 2006

Comemorações da SCT - IX

Dado o mau tempo, optámos por substituir a ida à Gesseira de Souto da Carpalhosa por uma ida à Nascente do Rio Lis, nas Fontes. Participaram cerca de 25 pessoas nesta actividade...!












Nota: as duas últimas fotos são da autoria da nossa colega de Escola Ana Rola...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Comemorações da SCT - VIII



Homem




Inútil definir este animal aflito.

Nem palavras,

nem cinzéis,

nem acordes,

nem pincéis

são gargantas deste grito.

Universo em expansão.

Pincelada de zarcão

desde mais infinito a menos infinito.



in Movimento Perpétuo (1956)





Impressão digital



Os meus olhos são uns olhos,

E é com esses olhos uns

que eu vejo no mundo escolhos

onde outros, com outros olhos,

não vêem escolhos nenhuns.



Quem diz escolhos diz flores.

De tudo o mesmo se diz.

Onde uns vêem luto e dores

uns outros descobrem cores

do mais formoso matiz.



Nas ruas ou nas estradas

onde passa tanta gente,

uns vêem pedras pisadas,

mas outros, gnomos e fadas

num halo resplandecente.



Inutíl seguir vizinhos,

querer ser depois ou ser antes.

Cada um é seus caminhos.

Onde Sancho vê moinhos

D. Quixote vê gigantes.



Vê moinhos? São moinhos.

Vê gigantes? São gigantes.



in Movimento Perpétuo (1956)

Adiamento de Conferência NEL

Recebemos do NEL a seguinte informação:


CONFERÊNCIA DE HOJE (24 DE NOVEMBRO) ADIADA PARA 30 DE NOVEMBRO (SEXTA-FEIRA)

Devido à intempérie que se faz sentir um pouco por todo o país, não foi possível ao Núcleo de Espeleologia da Costa Azul deslocar-se a Leiria. No entanto o evento foi adiado para dia 30 de Novembro (próxima Sexta-feira), à mesma hora.

Lamentamos qualquer incómodo, mas só agora foi possível confirmar a impossibilidade da deslocação dos intervenientes.


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, será então feita pelo Francisco Rasteiro do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) em 30 de Novembro de 2006 (5ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.

Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra

A não faltar...

Comemoração da SCT - VII



Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusivé, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.

Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto,após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

in http://www.citi.pt/

Caricatura in Blog Desenhos do Rui

Tributo a Freddie Mercury

Farrokh Bulsara, com o nome artístico de Freddie Mercury (Zanzibar, 5 de Setembro de 1946Londres, 24 de Novembro de 1991) foi o vocalista e líder da banda de rock britânica Queen. in Wikipédia (artigo completo AQUI)

Faz hoje 15 anos que Freddie nos deixou... Filho de pais indianos de etnia parsi (eram basicamente persas/iranianos da antiga religião monoteísta do Zoroastrismo) era portanto um cidadão do mundo, ansioso por viver e dar e receber tudo o que pudesse ao Mundo. Bissexual, acabou por contrair SIDA e morrer desta doença, tendo no dia anterior à sua morte admitido a sua situação terminal.

Animal de palco, único e raro, a sua actuação no Live Aid 85 foi para mim um dos melhores momentos de sempre de música ao vivo...

Aqui fica um vídeo, da YouTube, para recordar aquele que nunca morrerá enquanto for recordado...





quinta-feira, novembro 23, 2006

Artigo publicado na revista e.Ciência


Sai um artigo meu, sobre a Semana da Ciência e Tecnologia, na revista electrónica e.Ciência n.º 114, de 23.11.2006, do grupo Cienciapt.NET. Intitulado "Semana da Ciência e Tecnologia - origem, passado, presente e futuro", fala em 3 pequenas páginas (25, 26 e 27), de Gedeão/Rómulo de Carvalho, da origem da Semana da Ciência e Tecnologia, das actividades que se fazem (fizeram/farão) nestas comemorações e de coisas que eu tenho feito para recordar António Gedeão.

Ainda na mesma revista, na página 35, é feita uma pequena súmula das actividades do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus, em que eu estou envolvido, nomeadamente as Comemorações on-line da Semana da Ciência e Tecnologia, a Formação sobre Blogues (feita ontem) e a ida à Gesseira de Souto da Carpalhosa, no sábado.

Leiam, que vão gostar...

Para ler, clicar aqui neste LINK.

Blogues (formação) - Comemoração SCT VI

Utilização de Blogues como ferramenta de trabalho em Contexto Escolar





Decorreu ontem, dia 22.11.2006, das 14.15 às 16.15 horas, na Sala da Internet da Escola Correia Mateus, a mini-formação sobre Blogues que tinhamos previsto realizar.

Com a presença de 24 pessoas (um bocadinho exagerado o número, mas o interesse da malta era tanto que...) decorreu com alguns sobressaltos iniciais (o videoprojector dava uma imagem pequena e o portátil de substituição crashou...).

No entanto toda a gente saiu dali a saber fazer um blogue e a modificá-lo, embora precisasse de mais uma hora para os pormenores que qualquer blogger gosta de aprender (os pormenores que podem tornar único um determinado Blogue...).

Agradecemos à Organização (Equipa TIC e Departamento de Ciências Físicas e Naturais da da Escola Correia Mateus e ainda os Blogues Ciências Físicas e Naturais-EB 2.3 Correia Mateus e Geopedrados), bem como aos professores Alfredo Alves, à professora de TIC da Escola, ao António do Directivo (e a toda a Comissão Executiva), ao José Pinto, ao Jorge Ventura, ao Júlio Redondo, à Madalena Gouveia, ao Gil Campos, ao ZéTó, ao Paulo Kellerman da Secretaria e ainda aos colegas participantes, por me aturarem duas horas...

Se houver interessados, a Formação será novamente feita, em moldes similiares a este ou, com número mais reduzido de professores, num eventual Nível II mais complicado...

Página que serviu de suporte à Acção:
http://blogues.correiamateus.googlepages.com/home

NOTA - as páginas - e seus anexos - continuarão activas e serão regularmente actualizadas, bem como Blog da Escola, que serviu de modelo para a apresentação, será em breve apresentado à Comunidade Escolar

E agora, aqui ficam as fotos do evento, feitas por António Oliveira - da Comissão Executiva da Escola:




quarta-feira, novembro 22, 2006

Conferência sobre Espeleologia

A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita pelo Francisco Rasteiro do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) será em 24 de Novembro de 2006 (6ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria. Para quem não sabe, o Sistema Cársico do Frade é um dos mais bonitos do Mundo, tendo sido divulgado pela Revista da National Geographic, podendo ver algumas imagens dela neta página.


Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra

A não faltar...

PS - Espero que a organização não se esqueça de pedir que traga, para venda, os CD, DVD e livros excelentes que o NECA tem...

Rómulo de Carvalho




Homenagem a
Rómulo de Carvalho









Lição sobre a água

Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, base e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

terça-feira, novembro 21, 2006

Comemoração da SCT - IV


Recebemos este poema de uma nossa leitora, a Madalena, de 9 anos, autora do Blog Pomarão. É uma honra pudermos publicar a sua homenagem a Rómulo de Carvalho:

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho

Tem seu pseudónimo
António Gedeão
Nome engraçado
Pois termina em ão!

Poesia escreveu
Com palavras rimou
Algumas profissões escolheu
Um rumo tomou.

Pedra Filosofal
Lágrima de Preta
Seus mais conhecidos poemas
Bonitos de encantar
Muitos o leram
Como ele quiseram rimar.

Investigações fez
Deu-as a Portugal
Nobre país
Sua terra natal.

Importante foi
Rómulo de Carvalho
Em sua honra vamos ler
Estes versos
Em seu centenário.

Comemoração da SCT - III


Suspensão Coloidal


Penso no ser poeta, e andar disperso

na voz de quem a não tem;

no pouco que há de mim em cada verso,

no muito que há de tudo e de ninguém.



Anda o cego a tocar La Violotera,

e eu a vê-lo e a cegar;

e a pobre da mulher esfregando e pondo a cera,

e eu a vê-la, e a esfregar



Que riso perto, que aflição distante,

que infíma débil, breve coisa nada,

iça, ao fundo, esta draga carburante,

rasga, revolve e asfalta a subterrânea estrada?



Postulados e leis e lemas e teoremas,

tudo o que afirma e fura e diz sim,

teorias, doutrinas e sistemas,

tudo se escapa ao autor dos meus poemas.

A ele, e a mim.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Comemoração da SCT - II



Poema do coração

Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração.
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".

Mas o meu coração é como o dos compêndios.
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue ao circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.

Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.

Então, meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?

Comemoração da SCT - I



Na semana em que se comemoram os 100 anos do nascimento de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, nome do cientista e pedagogo também conhecido pelo pseudónimo literário de António Gedeão, o Blog associa-se às comemorações da Semana da Ciência e Tecnologia e do Dia Nacional da Cultura Científica, promovidas pela Ciência Viva, através da divulgação de alguma poesia deste autor.

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhai-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

in Máquina de Fogo (1961)

sábado, novembro 18, 2006

A importância da Geologia de Peniche

Peniche: Ponta do Trovão tem valor geológico mundial
17.11.2006 - 17h52 Lusa

A equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra que estuda o lugar de Ponta do Trovão, em Peniche, concluiu que o local tem um valor geológico único a nível mundial.

"Pela leitura das rochas, sobre a qual já nos debruçamos há uma década, conclui-se que este é o local que apresenta o melhor registo geológico do mundo para o intervalo de tempo do período do jurássico inferior, há 183 milhões de anos", afirmou Luís Vítor Duarte, líder da equipa de investigadores.

Luís Duarte explicou que a península de Peniche, em termos geológicos, "mostra uma sucessão de estratos de rochas sedimentares carbonatadas de idade jurássica, registando, de forma contínua e ímpar, cerca de 20 milhões de anos da história geológica portuguesa".
"Constitui, sem dúvida, o melhor registo em Portugal de rochas daquela idade, relacionadas com uma fase marinha iniciada à volta dos 190 milhões de anos, anterior à génese do oceano Atlântico", disse.

O investigador defendeu ainda que a península de Peniche "ocupa um irrefutável valor científico à escala planetária, pois apresenta exemplos únicos da história geológica do período Jurássico".
Dos trabalhos elaborados, a equipa também concluiu que no jurássico inferior "a Península Ibérica era uma ilha e que as zonas das cidades como Coimbra, Lisboa e Peniche eram mar, só existia ambiente marinho".

Com os estudos realizados, a ideia é que dentro de dois anos o local venha a ser classificado pela Comissão Internacional de Estratigrafia (organismo pertencente à Unesco) como o estratotipo do limite Pliensbaquiano/Toarciano — um padrão à escala mundial entre dois dos andares do período Jurássico com cerca de 183 milhões de anos.

A equipa assinou ontem um protocolo com a Câmara Municipal de Peniche para a organização de actividades de divulgação científica na área da geologia para escolas, visitas de estudo e campos de trabalho por parte de investigadores internacionais.

in Público - 17.11.2006

Foto - Luís Vitor Duarte (autoria - Fernando Martins)


sexta-feira, novembro 17, 2006

Pêndulo de Foucault no Centro Ciência Viva de de Estremoz...



Terra roda...e em Estremoz vê-se!

Três séculos depois de Copérnico;
Dois séculos depois de Galileu;
Século e meio depois de Foucault,

Venha ver a Terra rodar em Estremoz.

No próximo dia 24 de Novembro, Dia Nacional da Cultura Científica, o Centro Ciência Viva de Estremoz, inaugurará pelas 16H00, com a presença do Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mais um módulo de grandes dimensões. Um Pêndulo de Foucault com 11 metros de altura, que vai permitir visualizar a rotação do nosso Planeta.

Mais informações em:
http://www.estremoz.cienciaviva.pt

Mancha Solar

Do Blog AstroLeiria retirámos a seguinte notícia:


O Sol tem andado calmo, demasiado calmo, porém quem por estes dias para lá olhar irá ver uma mancha solar bem no centro, visível a olho nu (ATENÇÃO SÓ COM OS ÓCULOS DO ECLIPSE).


As contas são fáceis de fazer, para ser vista olho nu tem pelo menos 2 minutos de arco de diâmetro, ora a 150 milhões de km de distância isto dá, no mínimo, 87 mil km, ou seja o diâmetro de 7 Terras!


DÁ QUE PENSAR...

domingo, novembro 12, 2006

Balada... in...docente

Uma animação de Antero Valério inspirada por Maria de Lurdes Rodrigues e o fado que tem cantado aos professores.
Ver em:
http://www.youtube.com/watch?v=UQURs_gvFcI

Semana da Ciência e Tecnologia


Este Blog irá participar activamente nas comemorações do I Centenário do nascimento do cientista e pedagogo Rómulo de Carvalho, mais conhecido pelo pseudónimo de António Gedeão, nado a 24.11.1906, integrando as suas actividades na Semana da Ciência e Tecnologia e no Dia Nacional da Cultura Científica, promovidas pela Ciência Viva.

As actividades que iremos realizar são as seguintes:

1. Visita à Gesseira de Souto da Carpalhosa

Local: Leiria
Data: 25.11.2006 (Sábado)
Horário: 13.30 - 16.00 horas
Destinatários: Qualquer pessoa pré-inscrita
Actividades: Ponto de encontro - Café Olhalvas; partida em carros próprios para a gesseira, com material de campo de geólogo e roupas apropriadas, regresso ao local de partida.


2. Comemoração on-line da Semana da Ciência e Tecnologia

Local: Internet
Data: 20 a 25.11.2006
Horário: Todo o dia
Destinatários: Qualquer pessoa
Actividades: Publicação on-line de poesia de António Gedeão (ou de outras sugeridas para o evento).


3. Mini-Acção de Formação "Utilização de Blogues como ferramenta de trabalho em Contexto Escolar "

Local: Escola Correia Mateus - Leiria
Data: 22.11.2006 (4ª)
Horário: 14.15 - 16.15 horas
Destinatários: Actividade para Professores, com prioridade para docentes do Departamento de Ciências Físicas e Naturais da Escola Correia Mateus, mas aberta a outros docentes da mesma Escola ou de outras Escolas.
Actividades: Workshop para professores sobre aprofundamento de conhecimentos sobre a utilização em contexto escolar dos Blogues, com especial ênfase na sua aplicação na divulgação científica, no uso com turmas e na sua adaptação ao contexto de uso local.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Não emprestarás...

Revistas interessantes

Por sugestão de uma colega comprei (e li...) duas revistas de divulgação científica que recomendo vivamente, pelos motivos que passo a explicar...


1. National Geographic - Portugal (Novembro 2006)
Custando apenas 1,00€, tem na capa a menina mais antiga do mundo - a reconstituição de uma bebé (menina de Dikika) da espécie Australipithecus afarensis, com 3,3 milhões de anos (um pouco mais velha que a Lucy e bastante mais completa, osteologicamente falando).

Mas é por outro motivo que recomendamos esta revista - a reportagem sobre Megacristais (Coração de cristal - Sob o deserto mexicano de Chihuahua) é fantástica...!

Para quem já foi a uma gesseira (como a de Souto da Carpalhosa, em Leiria, ou de S. José do Pinheiro, em Soure) e pode apanhar cristais com alguns centímetros (às vezes decímetros...!) de gesso, de preferência da variedade selenite (gessos absolutamente transparente), com maclas fantásticas (v.g. asa de andorinha, entre outras) ver imagens de cristais de selenite com mais de 10 metros é fantástico...! Comprem, que vale a pena - ou vão ao site português da NG...


2. SuperInteressante - Novembro 2006 (n.º 103)
Um pouco mais cara - 2,75€ - tem este mês como destaque um artigo com novidades sobre a grande extinção do final da Era Mesozóica (KTB), intitulado Afinal, o que matou os dinossauros? - Novas pistas apontam para vulcões e alterações climáticas. Os autores do artigo, os paleontólogos Gesta Keller (Universidade de Princeton) e Alfonso Pardo (Universidade de S. Jorje - Saragoça) criaram uma teoria multicausal (associando o vulcânismo que causou as trapes do Decão, na Índia, vários impactes meteoríticos e aquecimento global) nesta grande crise biológica (uma das cinco maiores que afectou a vida na Terra).

Plena de artigos interessantes, de Biologia, Geologia, Paleontologia, Astronomia e outras áreas, é sempre muito agradável ler as últimas novidades da ciência nesta pequena revista. É pena não ter um site para ser aqui referênciado...

quinta-feira, novembro 02, 2006

Apagada e vil tristeza da Geologia em Portugal


Mão amiga do antigo IGM (que foi integrado no INETI e a agora muda de sítio outra vez...) fez-nos chegar o seguinte texto, que subscrevemos de cruz...

Portugal, nação sem Serviços Geológicos!

Foi publicado em 27 de Outubro passado o Dec.-Lei 208/2006 onde se apresenta a nova Lei Orgânica do Ministério da Economia e Inovação, a qual vem, entre outras coisas, finalizar uma tendência, iniciada no governo de Durão Barroso, de menorização da Geologia e, principalmente, da responsabilidade que o Estado tem para o conhecimento geológico do território nacional. Com efeito, a estrutura que outrora se chamou Instituto Geológico e Mineiro e que tinha por missão fundamental a aquisição sistemática de conhecimento geológico do território nacional e seus recursos, desempenhando, portanto, o papel de Geological Survey (ou de Serviços Geológicos, como se lhe queira chamar), foi pura e simplesmente reduzida a uma mera área departamental do agora criado e denominado "Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P.". É uma notícia triste que se estava a adivinhar e que indubitavelmente terá consequências penalizantes para o desenvolvimento económico, social e ambiental do país.

Convém recordar que o IGM, extinto numa primeira fase de reestruturação de organismos públicos em 2003 e contra a qual a comunidade geocientífica sempre manifestou a sua total discordância, não era um dos muitos institutos públicos que a dada altura proliferaram neste país. O IGM era o percursor de um outro criado há mais de 150 anos (A Comissão Geológica do Reino, fundada em 1848) com a mesma missão e objectivos.

A missão e competências do Instituto Geológico e Mineiro foram então dispersas por duas instituições diferentes. Criou-se a Direcção Geral de Geologia e Energia, à qual foi atribuída a gestão dos recursos geológicos, tendo as competências científicas sido englobadas nas do INETI - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação por mera fusão administrativa, conforme explícito na Resolução do Conselho de Ministros nº 198/2005, a qual deu início ao processo em curso de reforma dos laboratórios do estado. Desta fusão resultou uma perda total das sinergias necessárias ao bom cumprimento da missão. Se a perda de autonomia per si constitui factor crítico, mais o é quando as competências se dispersam e não se articulam e quando a missão de serviço público e independente se desvirtua por integração numa instituição de natureza, missão e objectivos bem diferentes. Importa lembrar que o laboratório do profissional de geologia é “o campo”, o que acarreta uma vivência e logística de funcionamento administrativo muito própria, por si só justificativas de autonomia.

Após terem assumido explicitamente que a extinção do IGM foi um erro, ao considerarem que a referida fusão administrativa constituiu uma regressão (Resolução do CM nº 198/2005) e após o relatório do Grupo de Trabalho Internacional para a Reforma dos Laboratórios do Estado que preconiza: Marine Geology, Hydrogeology and Geology, Economic Geology and the Laboratory of Mineral Technologies that constituted the former IGM should be restored to an independent State Laboratory, IGM, não se compreendem as razões que levaram o actual governo a manter sem plena autonomia (técnico-científica, administrativa e financeira) um organismo com a missão típica de Serviços Geológicos.

Mas, qual a importância do conhecimento geológico para a sociedade e qual a necessidade de uma instituição independente e autónoma para proceder à sua aquisição, gestão e valorização?

É um dado adquirido que a sociedade facilmente esquece que o seu desenvolvimento está largamente condicionado pelo substrato rochoso sobre o qual se estabelece. Assim se compreende que em conceito tão actual como o do Desenvolvimento Sustentável a infra-estrutura geológica raramente seja tida em conta, pese embora constituir uma dimensão fundamental para o equilíbrio do nosso planeta. Na realidade, o conhecimento da infra-estrutura da Terra e a compreensão dos fenómenos que nela ocorrem, em suma, o conhecimento geológico, constituem premissa obrigatória para o verdadeiro Desenvolvimento Sustentável.

É o conhecimento geológico que permite compreender as condições que presidem à localização, natureza e quantidade de um enorme leque de recursos naturais essenciais à manutenção da qualidade de vida das populações e seu desenvolvimento económico, como é o caso dos solos, das águas subterrâneas e dos recursos minerais e energéticos. Permite compreender e contribuir para a prevenção de catástrofes associadas a uma grande diversidade de riscos naturais, como sejam os sismos, as erupções vulcânicas e deslizamentos de terrenos e ainda aqueles com repercussões na saúde pública, como as emissões radioactivas naturais de radão e o excesso ou deficiência de elementos traço em solos e águas, como o arsénio, o flúor e o iodo. É também o conhecimento geológico que permite determinar os melhores e mais seguros locais para a construção de edifícios e outras infra-estruturas civis, onde se pode extrair água de boa qualidade para consumo, onde se localizam os melhores locais para a deposição de resíduos consoante a sua natureza, onde se podem construir infra-estruturas subterrâneas como túneis, armazenamento de gás natural, etc., etc. Em suma, o conhecimento geológico é estruturante da sociedade e está na base do Ordenamento do Território.

A detenção de informação geológica é, assim, uma mais-valia de extrema importância e imprescindível às políticas públicas e programas que visam o ordenamento do território, a protecção ambiental, saúde pública e a gestão dos recursos geológicos (energéticos, minerais e hídricos). É neste contexto que a nível mundial a grande maioria dos estados considera a detenção de informação geológica relativa aos seus territórios como um factor estratégico para a sua gestão, valorização e desenvolvimento, razão pela qual detêm a missão de a adquirir, gerir e difundir através de organismos autónomos e independentes da rotatividade do poder político. Ainda recentemente, o agora reeleito Presidente do Brasil, Lula da Silva, afirmou que “o conhecimento geológico é tão importante como a construção de estradas e caminhos-de-ferro”.

O carácter estratégico que este tipo de instituição representa para o desenvolvimento das nações sobrepõe-se largamente a eventuais dificuldades económicas ou orçamentais. Veja-se o caso de estados recentemente criados após o desmantelamento da antiga URSS ou após os acontecimentos na região dos Balcãs em que, mesmo perante as dificuldades inerentes à sua criação, a implementação deste tipo de organismos foi prioritária: Geological Survey of Slovack Republic, Czech Geologial Survey, Lithuanian Geological Survey, Geological Survey of Slovenia, Ukrainian State Geological Research Institute, Geological Survey of Bosnia & Herzegovina, etc.
Em Portugal andamos ao contrário. Se fomos a quarta nação do mundo a implementar uma instituição com as características de Serviço Geológico em 1848, após a extinção do Instituto Geológico e Mineiro em Agosto de 2003, somos das poucas nações em que tal não se verifica!

O processo evolutivo em curso no Estado Português desde há uns anos, que visa o aumento da sua eficiência e competitividade, obriga, sem dúvida, à reformulação de muitas das instituições que o compõem, levando, inclusive, à eventual extinção de algumas. Não nos quer parecer, no entanto, que tal critério de extinção deva ser aplicado às instituições com identidade própria e que desempenham uma missão de carácter estratégico e eminentemente público, como aconteceu com o Instituto Geológico e Mineiro por critérios meramente administrativos e errados do ponto de vista económico e que pelos vistos se teimam em manter. A instituição IGM carrega uma história e identidade própria que importa pesar, pois é evidente: passados mais de 3 anos após a sua extinção o nome IGM ainda se mantém informalmente nos sectores público e privado de algum modo relacionados com o conhecimento geológico do território português, demonstrando a importância e vitalidade que a instituição detinha e ainda detém mesmo extinta. No entanto, numa altura em que no nosso país se faz a apologia do conhecimento científico e em que se anunciam milhões de investimento na área da ciência, o Estado Português relega para um departamento de um Laboratório de Estado a responsabilidade do conhecimento geológico do território nacional. Não é mais do que um prenúncio do descartar total de responsabilidades num futuro a curto prazo.

Sobre inundações e suas causas

Bastou chover como já não chovia il fait longtemps para que quase caísse o Carmo e a Trindade. Eu, em Leiria, vi de tudo: uma colega que foi acordada pela PSP para fazer a mala (e ir embora de casa antes da cheia a impedir), outra colega cujo filho se esqueceu da hora do último barco e teve de pedir ajuda para sair, de vizinhos (a 10 metros de minha casa...) que ficaram com as garagens (e carros...) inundados, muitos muros caídos, estradas cortadas, pela lama e areia que nelas se acumularam, casas com os móveis a secar na rua...

Aliás, tendo ido este fim-de-semana a Santiago de Litém, pude ver a força das águas e os estragos por elas causados - aliás fiquei muito admirado de, no caminho Barracão - Santiago de Litém, só ter sido impedido de passar numa ponte e de só ter sido rebocado uma vez (caí num buraco com cerca de um metro de profundidade...).

Mas, afinal, de quem é a culpa destas catástrofes?


1. De S. Pedro:
Afinal quem mandou que chovesse a barbaridade de água que nos caiu em cima nesse dia...?


2. Do George W. Bush:
Afinal o Protocolo de Quioto ainda não está produzir os devidos efeitos porque este senhor ainda não percebeu para que serve...


3. Dos políticos portugueses
Foram eles que permitiram que se ocupasse os leitos de cheia dos rios e linhas de água com construções, estradas e afins, se ocupasse locais necessários para a absorção da água e se desflorestasse grandes áreas (lembro-me, sempre que falo disto, do actual Presidente da Câmara de Ourém, que, num Congresso da Quercus, há cerca de 10 anos, dizia que as pessoas tinham direitos sobre o leito de cheia de uma ribeira da sua cidade - desta vez pode comprovar quais eram esses direitos...).


4. Dos portugueses em geral:
Afinal quem foi que, sucessivas vezes, foi reelegendo estes políticos (e não falo só de autarcas mas, também, de um nível superior a este)...?


5. Dos Geólogos:
Estes são os piores de todos - votaram, como os outros, nesta cambada, não se conseguem organizar numa simples Ordem dos Geólogos, são constantemente aldrabados por tudo e por todos, não conseguem explicar os riscos que as populações correm, vivendo em certos locais e não conseguem fazer nada, rigorosamente nada, para resolver esta embrulhada...

Escolha a a opção certa... ou será errada?