sábado, março 31, 2007

A Ciência e a Bíblia

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”

Frase atribuída a Jesus Cristo (Marcos, 12:17)


"Se aceitarmos a verdade literal de todas as palavras da Bíblia, a Terra tem de ser plana. O mesmo se passa como o Alcorão. Afirmar que a Terra é redonda significa então que somos uns ateus. Em 1993, a suprema autoridade religiosa da Arábia Saudita, o xeque Abdel-Aziz Ibn Baaz, publicou um édito, uma fatwa, declarando que a Terra é plana. Qualquer pessoa que esteja convencida de que ela é redonda não crê em Deus e deve ser castigada. Uma das muitas ironias destas coisas é que os indícios de que a Terra é uma esfera, acumulados pelo astrónomo greco-egípcio, do século II, Cláudio Ptolomeu, foram transmitidos ao Ocidente por astrónomos muçulmanos e árabes. No século IX chamaram ao livro de Ptolomeu em que é demonstrada a esfericidade da Terra, o Almagesto, 'O Maior'."

Carl Sagan in Um Mundo Infestado de Demónios

sexta-feira, março 30, 2007

O paradigma da estupidez - ID e criacionismo em figuras...

Como devia ser o Mundo:
E o Grande Arquitecto criou o Homem:
A Bíblia, um livro científico:
A evolução do Criacionismo:
Os argumentos do Criacionismo:
A posição dos criacionistas na evolução humana:
Ensinem as duas teorias:
Nota: clicar nas imagens para ver melhor - não aconselhável a pessoas impressionáveis...

O paradigma da estupidez


Não somos, neste Blog, contra o debate de ideias, por mais absurdas que algumas pareçam. Mas, parece-nos, que tudo deve ter limites e quando alguém os ultrapassa, em Ciência ou noutra área qualquer, há que tentar clarificar o que é razoável.

Tudo isto tem a ver com a polémica recente acerca do Criacionismo (incluindo neste a versão moderna auto-intitulada de Design Inteligente) e do seu avanço em Portugal, a pretexto de que o Criacionismo deve ser ensinado, na Biologia e Geologia, como contraponto às Teorias Evolucionistas. Recentemente divulgámos neste Blog um Colóquio, organizado pelo Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, no dia 21.03.2007, em Lisboa. Houve muita gente (vide Blog De Rerum Natura) que achou que não se devia, sequer, dialogar com criacionistas (coisa que nós achamos excessiva, no contexto em causa, mas que entendemos...).

Agora o jornal científico on-line Ciência Hoje (que sugerimos que se passe a chamar Quase Sempre Ciência Hoje) publica uma pérola da sabedoria, intitulada O paradigma naturalista, de autoria de um obscuro professor universitário de Coimbra (...de Direito...!) e um dos mais reputados criacionistas portugueses, de seu nome Jónatas Machado. O senhor em causa tem o direito de escrever o que lhe apetece ou de acreditar no que lhe dá na real gana (o meu filho, pouco antes de fazer 5 anos, ainda acreditava no Pai Natal...). Agora parece-me abusivo que aldrabices não-científicas sejam escarrapachadas em jornais científicos, seja com qualquer pretexto que invoquem os responsáveis da revista, seja porque lhes apeteceu...

Aliás, pergunte-se ao tal senhor se um qualquer cientista português pode escrever textos nas revistas da sua faculdade (FDUC) atacando princípios constitucionais (ou defendendo o racismo, xenofobia ou o fim da liberdade religiosa...). Ou se o pastor da sua Igreja (ou lá o que é...) aceita que, quando prega aos fiéis, os cientistas o interrompam e expliquem as Teorias Evolucionistas... Ou, ainda, se nas revistas religiosas que publicam, ou mesmo nos seus sites que agora começam a ver-se por aí, em contraponto às patranhas criacionistas, pedem a geólogos ou biólogos que expliquem o Neo-Darwinismo... É claro que a resposta é um rotundo NÃO...

Então o porquê de uma revista, até agora respeitável, se meter nestas confusões...? Não cabe a nós descobrir o porquê deste embaraço (e da forma como se irão livrar dele...) mas estamos curiosos no desenvolvimento da polémica. Até porque no Conselho Científico da revista estão pessoas que não deverão deixar o caso tal como ficou...


Nota/Adenda: o artigo de opinião foi, hoje, dia 01.04.2007, retirado do Ciência Hoje...!

quinta-feira, março 29, 2007

Planetários on-line

Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria...

Ao ler, ontem, o Blog Rastos de Luz, do Paulo Heleno (também membro deste blog...) apercebi-me da criação de dois novos Planetários (Mapas do Céu) on-line, que parecem bastante interessantes e promissores...

Para ver, clicar nos seguintes links:

WIKISKY.ORG

SKY-MAP.ORG


Alentejo inaugura maior central solar do Mundo

Serpa: Dobro da potência da actual número um
Alentejo inaugura maior central solar do Mundo


A produzir energia desde Janeiro, em modo experimental, entra hoje em total funcionamento a Central Solar Fotovoltaica de Serpa (CSFS), a maior unidade do género do Mundo. Situada na freguesia de Brinches, no Alentejo, tem capacidade para abastecer cerca de oito mil habitações. Está pensada para produzir energia durante um período de 15 anos para a rede eléctrica nacional ao preço de 31 cêntimos por kilowatt/hora.

No total o complexo tem cerca de 60 hectares, dos quais 32 estão cobertos por painéis solares, 52 mil ao todo. São 11 Megawatts (MW) de pico de capacidade – quase o dobro dos 6,3 MW da actual maior fotovoltaica do Mundo, situada na Alemanha.

O projecto é de investimento nacional e estrangeiro. A Catavento, empresa portuguesa de energias renováveis, a GE - Energy Financial Services e a Powerlight, empresas americanas do mesmo ramo, suportam um investimento e gerem um projecto na ordem dos 61 milhões de euros. “A inauguração da central representa o culminar de anos de esforços na nossa estratégia de implementar um grande projecto solar em Portugal”, disse Piero Dal Maso, da Catavento.

É uma central totalmente ‘limpa’, sem recurso a combustíveis fósseis, que, segundo estimativas, permite poupar 30 mil toneladas de emissões de gases poluentes. Na fase de construção, que ocorreu durante o segundo semestre de 2006, estiveram envolvidos 200 trabalhadores. Criará, em permanência, apenas cinco postos de trabalho.

CURTO REINADO

A central poderá não ter um reinado muito longo como a maior central do Mundo, é que projectada e em fase de construção está outra com cerca de seis vezes a capacidade de produção da que é hoje inaugurada. Também ficará no Alentejo, na Amareleja, concelho de Moura, uma das regiões da Europa com maior número de horas de sol por ano.

AS MAIORES UNIDADES SOLARES

MW: Megawatts

MWh: Megawatts por hora

MS: módulos solares


Capacidade / Localização / Descrição / produção anual

6.3 MW / Mühlhausen (Alemanha) / 57 600 ms / 6 750 MWh

5 MW / Bürstadt (Alemanha) / 30 000 ms BP / 4 200 MWh

5 MW / Espenhain (Alemanha) / 33 500 ms Shell / 5 000 MWh

4.59 MW / Springerville, AZ (EUA) / 34 980 ms BP / 7 750 MWh

4 MW / Geiseltalsee, Merseburg (Alemanha) / 25 000 ms BP3 / 3 400 MWh

4 MW / Gottelborn (Alemanha) / 50 000 ms / 8 200 MWh

4 MW / Hemau (Alemanha) / 32 740 ms / 3 900 MWh

3.9 MW / Rancho Seco, CA (EUA) / n.a. / n.a.

3.3 MW / Dingolfing (Alemanha) / Módulos solares Solara, Sharp e Kyocera / 3 050 MWh

3.3 MW / Serre (Itália) / 60 000 ms / n.a.

Nota: A central de Brinches, Serpa, tem capacidade para produzir 11 MW – pico de produção – o que significa um volume de 20 000 MW por ano, o suficiente para abastecer aproximadamente 8000 casas. Ficará em primeiro neste ranking.

in Correio da Manhã - notícia de Pedro Galego (27.03.2007)

Livro "Nova Física Divertida"

Nova Física Divertida
Autor: Carlos Fiolhais



Colecção: APRENDER/FAZER CIÊNCIA (Gradiva)
Preço de Capa: 13.00 EURO
N.º de páginas: 196
Ano de Edição: 2007


Depois do extraordinário êxito de Física Divertida (seis edições), eis agora a Nova Física Divertida.

O autor continua a pensar que a física é interessante, atraente e até divertida. Não pretende convencer ninguém deste facto, mas pensa que a divulgação do carácter lúdico da física destruirá inapelavelmente a ideia preconcebida da física como ciência obscura e maçadora.

Começando onde o livro anterior, Física Divertida, findara – no início do século XX – a Nova Física Divertida aborda a paradoxal teoria quântica e a extraordinária teoria da relatividade, revelando os avanços da física até aos nossos dias. Essas teorias, com as espantosas experiências que as confirmaram, mudaram a nossa visão do mundo – desde os núcleos atómicos às estrelas – e o modo como nele vivemos: agora vivemos melhor!

Carlos Fiolhais recorreu à sua singular capacidade de comunicação e ao seu conhecido sentido de humor para realizar uma obra de um rigor científico e uma qualidade didáctica admiráveis.

Depois do extraordinário êxito de Física Divertida (seis edições,

quase vinte mil exemplares vendidos), eis a Nova Física Divertida.

O AUTOR

CARLOS FIOLHAIS nasceu em Lisboa em 1956, licenciou-se em Física na Universidade de Coimbra em 1978 e doutorou-se em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt, na Alemanha, em 1982. É Professor Catedrático no Departamento de Física da Universidade de Coimbra.

Publicou mais de três dezenas de livros, incluindo Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto, A Coisa Mais Preciosa que Temos e Curiosidade Apaixonada, na Gradiva. É autor de inúmeros artigos científicos, pedagógicos e de divulgação. Entre os vários prémios com que foi distinguido, contam-se o Globo de Ouro da SIC/Caras, o Prémio Inovação do Fórum III Milénio e o Prémio Rómulo de Carvalho da Universidade de Évora.

Fundador e ex-Director do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, é hoje Director da Biblioteca Geral desta Universidade.

terça-feira, março 27, 2007

Blogues de Ciência...!

De vez em quando, quando o tempo nos permite, vamos pondo novos links na barra lateral direita deste Blog. Às vezes, esses links, merecem uma especial atenção, até porque quando aparecem blogues com muita informação de ciências naturais e muita qualidade, merecerem uma visita regular dos nossos leitores.


1. Blog De Rerum Natura

Embora sem a presença de nenhum geólogo (nós já falámos com eles sobre o assunto, mas até agora nada...) fala de muita coisa da nossa área - Geologia, Evolução, Astronomia, Física, Pedagogia, Matemática, etc. Tem publicado um textos excelentes sobre Criacionismo (com umas penas falhas, por falta de revisão científica de um geólogo...) que merecem uma visita diária. São seus autores os Doutores Carlos Fiolhais (físico), Desidério Murcho (filósofo), Helena Damião (pedagoga), Jorge Buescu (matemático), Palmira F. Silva (química), Paulo Gama Mota (biólogo) e Sofia Araújo (bióloga) e é um Blog de referência do Jornal Público...


2. Blog Ciência Ao Natural

O geólogo (e quase Doutor, penso eu...) Luís Azevedo Rodrigues, especialista em Paleontologia de Vertebrados (Dinossáurios...!) criou recentemente este Blog. Com muitos filmes, textos sobre Geologia, Taxonomia, reflexões sobre História Natural, relatos de trabalho de campo e muitas outras coisas interessantíssimas, vale a pena vir a este site muitas vezes...!

quinta-feira, março 22, 2007

Dia Mundial da Água


Neste dia tão especial é de sugerir a visita a dois sites:

Depois da visita, até porque foi ontem o Dia Mundial da Poesia, alguns poemas sobre a água, Miguel Torga, para recordar que se irá este ano comemorar o centenário deste grande poeta, seguido de poesia de António Gedeão intitulada Lição sobre a Água:


Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Mar

Mar!
E é um aberto poema que ressoa
No búzio do areal...
Ah, quem pudesse ouvi-lo sem mais versos!
Assim puro,
Assim azul,
Assim salgado...
Milagre horizontal
Universal,
Numa palavra só realizado.


Lição sobre a água

Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

quarta-feira, março 21, 2007

Dia da Árvore e da Poesia

Recuperamos, do Blog Geopedrados, uma Poesia inédita de Pedro Luna, para celebrar os Dias Mundiais da Árvore e da Poesia:


Árvore


Antes que tua mão para mim se levante
pensa bem.

Fui eu quem te deu o berço
onde tua mãe te embalou...
Fui no meu corpo que gravaste (disseste ao Mundo) o teu amor
e escondi na minha sombra os teus primeiros beijos...

Fui eu que te dei teu leito,
onde tua mãe te gerou e te pariu...
Fui eu que te aqueci nas longas noites de Inverno
e te alimentei quando tinhas fome...

Foi em mim que fizeste o teu filho,
em noite mágica de amor…
E é em mim que descansas
das agruras desta vida e te recolhes, rendido ao cansaço.

E, quando partires,
minhas tábuas serão tua cama final...

Pensa bem,
antes que tua mão me abata.

terça-feira, março 20, 2007

Relógios de Sol


É lançado amanhã, 21 de Março, dia do equinócio da Primavera (quando o dia tem o mesmo tamanho que a noite), pelas 19 horas, portanto já depois do pôr-do-Sol, um dos mais belos livros deste ano de 2007. São seus autores o matemático e divulgador de ciência Nuno Crato (especialista em séries temporais), a matemática Susana Nápoles (que coordena um projecto sobre relógios solares) e Fernando Correia de Oliveira (um jornalista que se tem especializado em questões do tempo e da sua medição). Os Correios de Portugal, que nos têm proporcionados outros livros tão belos como este, são o editor. O lançamento é na Fundação Medeiros e Almeida, Rua Mouzinho da Silveira, nº 6, em Lisboa.

É sabido que o Sol comanda o nosso tempo. O dia tem a ver com a rotação da Terra em torno do seu eixo, que implica para nós o nascer e o pôr do Sol. E o ano tem a ver com a translação da Terra em torno do Sol (a definição original do segundo, a unidade de tempo fundamental, é mesmo uma fracção desse tempo).Durante muitos anos e na ausência de relógios mecânicos o homem regulou-se pelo Sol. Os gregos foram os autores do gnómon, o “ponteiro do sol”, que permite saber a hora solar pela posição de uma sombra. Os romanos introduziram os relógios de sol em Portugal no século II e só no século XIX, com a chegada cá da Revolução Industrial, é que esses instrumentos perderam a popularidade. Mas quase não há povoação em Portugal que não tenha um relógio de Sol, na torre de uma igreja ou mesmo numa casa particular. Em Coimbra há até um relógio de Sol gigante, no Portugal dos Pequeninos (funciona mal, mas a culpa não é seguramente do Sol, mas sim da posição do ponteiro!).

Os autores correram o país de lés-a-lés à procura desses relógios e o seu livro mostra alguns - mais de 700 - dos mais interessantes instrumentos gnomónicos. As fotografias exibem uma mistura única de ciência, técnica e arte. Era um rico património nacional que estava semi-esquecido... Os autores ficarão contentes se os leitores lhes indicarem relógios de sol desconhecidos, preferencialmente por via da Sociedade Portuguesa de Matemática (www.spm.pt), que desenvolverá, para o efeito, o Projecto Relógios de Sol. Mas, para isso, os leitores têm de ver no livro que acaba de sair e que se encontra em qualquer estação dos correios se os relógios de sol seus conhecidos lá estão.


Texto do Doutor Carlos Fiolhais, retirado do Blog De Rerum Natura

Bate que é professor...


Quando um tema chega aos humoristas é, geralmente, porque não tem piada nenhuma. É o caso da violência de que têm sido vítimas alguns professores portugueses, que foi glosada por Ricardo Araújo Pereira numa crónica na "Visão" com o título "Escolas S+M" (escolas Sade e Masoch). E os "gatos fedorentos" já propuseram sarcasticamente que se contratassem ciganos para professores.

O mesmo tema foi tratado mais a sério pelo escritor MMnuel António Pina na sua coluna do "Jornal de Notícias", cujo título também chamava a atenção: "Já espancou um professor hoje?" O meu título de cima, escolhido com a mesma intenção, significa que estou tão indignado como ele. Tal como o psiquiatra Daniel Sampaio, autor na última "Pública" da crónica "Afinal quem manda lá em casa", está indignado com a violência juvenil dentro de casa.

Afinal quem manda na escola? Os professores portugueses cada vez menos. Eles têm sido bastante maltratados. Não é apenas a violência física, por parte de alunos ou dos seus pais, mas também a violência, mais subtil, que consiste na progressiva retirada do poder que detinham. As duas poderão até estar relacionadas.

Em primeiro lugar, o poder tem sido retirado aos professores pelas pseudopedagogias não directivas que têm presidido à educação nacional. Na linguagem rebuscada que entre nós ficou conhecida por "eduquês", essas correntes falam de "ensino centrado no aluno". Tal ideia não é nossa e está longe de ser inovadora, pois a "escola nova" é bastante velha: já o pedagogo suíço Édouard Claparède escrevia nos anos 30 do século passado que "a concepção funcional da educação e do ensino consiste em tomar a criança como o centro dos programas e dos métodos escolares". E não tem dado bons resultados, porque é uma ideia absurda. Faz parte da essência da escola - a instituição que a sociedade inventou há séculos para preparar as crianças e os jovens para a vida - que os professores ensinem e que os alunos aprendam. O professor sempre foi o centro da escola no sentido em que ele é que ensinava - um verbo agora proibido -, ao passo que os alunos aprendiam - um verbo agora pouco praticado. O aparecimento da "escola para todos" em finais do século XIX (que em Portugal demorou muito a chegar e que, infelizmente, ainda demora, com a tragédia do abandono escolar) colocou o professor ainda mais no centro da escola. A expressão "ensino centrado no aluno" ficou completamente excêntrica, até porque a sala de aula não pode ter numerosos centros.

Mas há uma outra forma de retirar poder aos professores, que, ao contrário da pedagogia que fala "eduquês", é uma invenção nacional recente. Trata-se da ideia perigosa de que os pais dos alunos devem avaliar os professores. Quando ela foi desmentida, já se tinha espalhado... Aqui o conceito é mesmo novo, pois não tem antecedentes na história da educação, nem há nada parecido noutros sistemas de ensino. O ensino, em vez de ser centrado no aluno, passaria a ser centrado nos pais do aluno. Claro que a ideia não iria dar bons resultados, porque também é absurda. A escola é a instituição na qual a sociedade e as famílias decidiram delegar parte da sua autoridade na educação das crianças e dos jovens. É bom que a escolham. mas têm de confiar na escola, o que significa em primeira linha confiar nos professores. Os pais não têm a capacidade nem a independência para julgar os professores. A ameaça da avaliação dos professores pelos pais não passa de uma forma de populismo que, apesar de instrumentalmente útil na luta do poder político contra os sindicatos, pode ter graves consequências a prazo. Com as agressões de pais a professores, essas consequências podem estar à vista...

Curiosamente, os sindicatos dos professores têm estado irmanados com o sistema educativo vigente há décadas, ao falarem "eduquês" e ao defenderem a centralidade do aluno. Já que os sindicatos o não fazem, não haverá ninguém que defenda os professores?


Texto do Doutor Carlos Fiolhais, retirado do Blog De Rerum Natura (publicado inicialmente no Público de 16.03.2007)

Professor Coordenador de Educação para a Saúde

Os agrupamentos e as escolas com projectos na área da Educação para a Saúde deverão designar um Professor do 2.º ou do 3.º Ciclo para exercer as funções de Coordenador da Educação para a Saúde.

Esta é uma das novas linhas orientadoras estabelecida pelo Ministério da Educação, que pretende, desta forma, proporcionar ao docente coordenador da Educação para a Saúde as condições necessárias para o desempenho das suas funções.

De acordo com estas linhas orientadoras, cabe ao conselho executivo designar o professor coordenador da Educação para a Saúde, tendo em conta a sua formação e a sua experiência nesta área.

A direcção executiva poderá conceder ao professor coordenador designado para as funções um crédito de três horas de redução da componente lectiva, desde que, no decorrer do presente ano lectivo, tal não implique mudanças de professores nem pressuponha a contratação de novos docentes.

Ainda segundo estas linhas orientadoras, as acções de formação realizadas pelos professores que dinamizam projectos no âmbito da Educação para a Saúde deverão ser consideradas como efectuadas na área correspondente ao grupo de recrutamento dos docentes envolvidos.

Para mais informações:

  • Despacho n.º 2506/2007 - Adopção de medidas que visam a promoção da saúde da população escolar - nomeação em cada Agrupamento/Escola do Coordenador de Educação para a Saúde [PDF]


  • Notícia retirada do site do Ministério da Educação - mais informação aqui

    Plano de Ordenamento do PNSAC

    Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros - Discussão Pública

    O Instituto da Conservação da Natureza, em cumprimento do preceituado no n.º 3 do Artigo 48º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a alteração introduzida pelo Decreto-Lei n.º 310/ 2003 de 10 de Dezembro, faz saber que o período de Discussão Pública do Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros decorrerá entre 20 de Março e 03 de Maio de 2007.

    Os interessados podem, durante o período de Discussão Pública, apresentar as observações e sugestões que julgarem pertinentes acerca da proposta de Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, por escrito e durante as horas normais de expediente, nos locais referido no Aviso 3787/2007, de 28 de Fevereiro, da 2ª Série do Diário da Republica.

    Durante o período da discussão pública realizar-se-ão sete sessões públicas de esclarecimento nas seguintes datas:
    • 20 de Março - 18.00 horas - Sede do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Rio Maior
    • 22 de Março - 18.00 horas - Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire, Ourém
    • 26 de Março - 18.00 horas - ECOTECA das Serras de Aire e Candeeiros, Porto de Mós
    • 02 de Abril - 18.00 horas - Centro de Interpretação dos Olhos de Água do Alviela, Alcanena
    • 12 de Abril - 18.00 horas - Sala de Sessões da Câmara Municipal de Torres Novas, Torres Novas
    • 16 de Abril - 18.00 horas - Auditório da Casa do Brasil, Santarém
    • 23 de Abril - 18.00 horas - Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, Alcobaça

    Mais informação no Portal do ICN

    Escolas S/M (sadomasoquistas)

    Exposição de dinossáurios no Entroncamento

    Do Blog Lusodinos publicamos o seguinte post, de autoria de

    O Museu da Lourinhã e a Câmara Municipal do Entroncamento têm patente, desde hoje, dia 10 de Março de 2007, a exposição “No Tempo d…Os Dinossauros” no Centro Cultural do Entroncamento.

    Nesta exposição de dinossauros o visitante pode observar réplicas do crânio de do dinossauro herbívoro Triceratops, um esqueleto do dinossauro carnívoro Deinonychus, crânio do novo dinossauro anão Europasaurus, um modelo do herbívoro de espinhos Dacentrurus, entre outros itens paleontológicos.

    A exposição pode ser visitada nos dias úteis entre as 15h30m e as 17h30m ou aos fim-de-semanas das 15h às 18h, até dia 25 de Março. Abrirá ainda em horário de expediente para as Escolas, mediante marcação prévia. A entrada é gratuita.
    Ao trazer à cidade esta exposição itinerante do Museu da Lourinhã, a Autarquia procura proporcionar a divulgação da ciência e dos dinossauros, dentro de portas, mantendo a proposta do projecto DEVIR, na dinamização do Centro Cultural. Por outro lado, faz parte da estratégia de divulgação da paleontologia pelo Museu da Lourinhã.

    Mais informações:
    www.cm-entroncamento.pt/
    http://www.museulourinha.org/
    http://omateus.googlepages.com/entroncamento

    segunda-feira, março 19, 2007

    Conferência ASTRONOMIA E CIÊNCIAS ESPACIAIS


    Conferência ASTRONOMIA E CIÊNCIAS ESPACIAIS: Comunicação e Educação


    19 e 20 de Maio de 2007


    Centro Multimeios de Espinho



    A Fundação Navegar tem orgulho de apresentar a 2ª edição da conferência Astronomia e Ciências Espaciais: Comunicação e Educação, que decorrerá nos dias 18 e 19 de Maio de 2007, nas instalações do Centro Multimeios de Espinho.


    Trata-se de uma conferência dedicada a astrónomos, profissionais e amadores, professores do ensino básico, secundário e superior, jornalistas, comunicadores de ciência, museus de ciência, estudantes universitários de astronomia, matemática e física, onde se pretende abordar e discutir aspectos associados à comunicação e educação, sobretudo não formal.


    Para além de a astronomia ser um tema que desperta grande interesse no público em geral, esta conferência surge como consequência de uma progressiva presença da Astronomia quer nos currículos escolares, quer nas notícias e reportagens transmitidas pelos meios de comunicação social.


    O tema central da edição deste ano será "2009 - Ano Internacional da Astronomia". Sendo uma iniciativa promovida ao mais alto nível pela União Astronómica Internacional, trata-se de uma oportunidade única para promover a Astronomia e as Ciências Espaciais, junto da comunidade e em particular junto dos mais novos.


    Quais as abordagens, de que forma cada um pode contribuir, qual o grau de envolvimento que se espera da comunidade, quais as iniciativas nacionais e internacionais que estão ou deverão ser preparadas, que tipo de cooperação deverá haver entre os diversos agentes, etc., são alguns dos temas a ser tratados.


    Reunir os principais agentes nacionais, quer da educação quer da divulgação da ciência em Portugal, escolas, museus de ciência, instituições e entidades do sector privado, etc, é outro dos objectivos desta conferência, não esquecendo a presença da comunicação social que tem um papel de destaque como veículo transmissor do saber e da cultura científica.


    A comissão organizadora do ACE2007 convida também a comunidade a submeter trabalhos para serem apresentados durante a conferência, enquadrados na temática do encontro, quer sob a forma de apresentação oral quer sob a forma de Poster.


    Para mais informações:
    http://ace2007.multimeios.pt

    domingo, março 18, 2007

    Já se pode construir em áreas ardidas

    É com profunda mágoa e muita preocupação que citamos esta notícia do Correio da Manhã. E ainda dizem que o Engenheiro Sócrates foi Ministro do Ambiente...


    Floresta: Produtores e ambientalistas preocupados
    Já se pode construir em áreas ardidas

    2007-03-18 - Raquel Oliveira


    O Governo alterou a lei que impunha a proibição de construir, num prazo de dez anos, em áreas florestais atingidas por incêndios. A partir de agora vai ser possível construir alegando interesse público ou empreendimentos com relevante interesse geral. Proprietários florestais e ambientalistas estão preocupados.

    O Decreto-lei n.º 55/2007, publicado em Diário da República no passado dia 12, veio criar excepções à restrição de construção em povoamentos florestais, permitindo projectos de “interesse público” ou “empreendimentos com relevante interesse geral”. Um reconhecimento que pode ser pedido, e concedido, a qualquer momento através de um despacho conjunto dos governantes do Ambiente, da Agricultura e eventualmente do membro do Governo envolvido no projecto.

    O pedido de reconhecimento é entregue no Ministério do Ambiente e implica um documento comprovativo de que os interessados são alheios ao incêndio “emitido pelo responsável máximo do posto da GNR da área territorialmente competente”.

    Uma “exigência estranha”, de acordo com vários especialistas ouvidos pelo Correio da Manhã, uma vez que quem tem competência para investigar fogos postos é a Polícia Judiciária. Por isso, a GNR nem sequer tem preparação técnica para concluir sobre a origem criminosa de um fogo.

    Por outro lado, alertam os especialistas, trata-se de um reconhecimento de interesse que não implica a realização de “qualquer estudo ambiental mas apenas a declaração de uma autoridade, a GNR”.

    Questionado pelo CM quanto às razões desta alteração, o Ministério do Ambiente deu uma resposta lacónica, sugerindo que a antiga lei dificultava alguns projectos, nomeadamente os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER). De acordo com o Ministério do Ambiente, os CIRVER, por exemplo, só poderiam arrancar em 2013, apesar de serem “peças fundamentais para a política de resíduos industriais perigosos”.

    No entanto, a associação ambientalista Quercus manifesta-se “preocupada” com estas alterações, vendo nelas uma forma de “abrir excepções para contornar a lei”, explicou ao CM Domingos Patacho.

    Aparentemente, trata-se de uma lei feita “para favorecer alguns empreendimentos”.

    Também a Federação dos Produtores Florestais de Portugal manifestou preocupação com a redacção deste decreto-lei, temendo a “delapidação da floresta nacional”. “Preocupa-nos que um assunto tão sério seja tratado de forma tão leviana, com esta ligeireza”, afirmou o secretário-geral da federação, Ricardo Machado.

    Esta iniciativa “contraria o que o Governo tem dito acerca da prioridade dada à floresta”, concluiu aquele dirigente.

    INVESTIGAÇÃO PROLONGADA

    A investigação de um fogo posto na floresta pode demorar uma semana, meses e mesmo vários anos, nomeadamente nos casos em que não forem identificados quaisquer suspeitos. A primeira intervenção na investigação de um fogo é frequentemente realizada pelas brigadas especializadas da GNR. É feita a recolha da prova, isto é, verifica-se onde começou o fogo, o que lhe deu origem, etc. Mas mal surja a desconfiança de que se poderá tratar de fogo posto entram em campo os agentes da Polícia Judiciária. São eles que têm, actualmente, a competência para investigar estes crimes. Caso estejam reunidas as condições necessárias, os suspeitos seguem para julgamento.

    FOGO POSTO AUMENTOU EM 2005

    Os últimos dados disponíveis relativamente a incêndios de origem criminosa do Ministério da Administração Interna dizem respeito a 2005 e revelaram que o fogo posto na floresta, mata, arvoredo ou seara aumentou 42,2 por cento face a 2004. De resto, também aumentou no que se refere a incêndios em edifícios, que cresceu 10,8 por cento, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna.

    Já no que diz respeito aos incêndios em geral, os dados mais recentes já cobrem o ano de 2006 e revelam que o número de ocorrências foi bastante inferior, quando comparado com o valor médio apurado para o período 2001/2005.

    Também a área ardida apresentou um decréscimo bastante significativo face à média dos últimos cinco anos, segundo a Direcção-Geral de Recursos Florestais.

    CRONOLOGIA

    CAVACO

    O primeiro decreto lei a limitar a construção durante um período de dez anos nas áreas atingidas por fogos florestais foi publicada em 1990. Na sua redacção, o Governo liderado por Cavaco Silva admitia que “as motivações subjacentes a alguns desses incêndios podem ter por finalidade a destruição das manchas florestais, com vista à posterior ocupação dos solos para outros fins, designadamente urbanísticos e de construção”.

    GUTERRES

    Nove anos depois, ou seja, em Fevereiro de 1999, já com António Guterres como primeiro-ministro, persistiam “boas razões para manter medidas cautelares neste domínio, com actualização e reforço das que têm vigorado”. Nesse sentido, foram esclarecidos alguns pontos mas no essencial as restrições mantiveram-se, nomeadamente porque a grande maioria dos municípios já “dispõe de planos directores municipais”.

    EVOLUÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

    2001: 6041 (incêndios florestais) / 24 036 (total de ocorrências) / 43 312 ha (área ardida povoamentos) / 107 057 ha (total área ardida)

    2002: 6484 (incêndios florestais) / 26 414 (total de ocorrências) / 65 136 ha (área ardida povoamentos) / 124 365 ha (total área ardida)

    2003: 5290 (incêndios florestais) / 26 059 (total de ocorrências) / 286 030 ha (área ardida povoamentos) / 425 658 ha (total área ardida)

    2004: 4805 (incêndios florestais) / 20 884 (total de ocorrências) / 56 050 ha (área ardida povoamentos) / 128 937 ha (total área ardida)

    2005: 8098 (incêndios florestais) / 35 1995 (total de ocorrências) / 213 345 ha (área ardida povoamentos) / 337 766 ha (total área ardida)

    2006: 3410 (incêndios florestais) / 21 681 (total de ocorrências) / 36 521 ha (área ardida povoamentos) / 75 052 ha (total área ardida)

    Média 2001-05: 6144 (incêndios florestais) / 26 518 (total de ocorrências) / 132 775 ha (área ardida povoamentos) / 224 756 ha (total área ardida)

    sexta-feira, março 16, 2007

    A Pia do Urso e o seu Ecoparque Sensorial


    A Pia do Urso é um pequeno lugar da freguesia de S. Mamede, concelho da Batalha, distrito de Leiria, integrado dentro do Maciço Calcário Estremenho (o MCE de Fernandes Martins) e, infelizmente, fora do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC).

    Citando o site da Câmara Municipal da Batalha, podemos ainda dizer o seguinte: "Local carregado de história, Pia do Urso oferece aos visitantes uma paisagem natural verdadeiramente deslumbrante, onde poderá apreciar também o magnífico trabalho de restauro das habitações típicas desta região serrana, em que a pedra e a madeira se constituem como os principais materiais utilizados.

    Nesta aldeia recuperada, está também instalado o primeiro ECOPARQUE SENSORIAL destinado a Invisuais de Portugal. Um conceito inovador, que pretende levar até estes cidadãos a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia utilizando, para o efeito, os restantes sentidos, particularmente o tacto e o olfacto."


    Quanto ao local, diz este site ainda:

    Breves considerações históricas sobre a Pia do Urso

    "Já no tempo dos Romanos, o lugar de Pia do Urso era utilizado como ponto de passagem, restando ainda na localidade de Alqueidão da Serra (Porto de Mós), um troço da via então existente e que servia os grandes povoados, nomeadamente Olissipo (Lisboa), Collipo (Batalha/Leiria) vindo a cruzar-se depois na direcção de Bracara Augusta (Braga) a Mérida, então capital da Lusitânia.

    Dada a morfologia do terreno existente – assente num maciço rochoso calcário esventrado por dezenas de reentrâncias nas rochas designadas por pias – este local constituía-se como o único de Porto de Mós a Ourém com grandes quantidades de água.

    Já na Idade Média, mais precisamente em 1385, a Pia do Urso foi local de passagem das tropas comandadas por D. Nuno Álvares Pereira, na caminhada efectuada de Ourém a Porto de Mós com destino a Aljubarrota onde, nesse local, decorreu uma das batalhas mais decisivas para a afirmação da independência de Portugal.

    O Condestável, de acordo com os relatos de então, terá aproveitado este local paradisíaco para efectuar uma paragem e, assim, descansar. As tropas lusas terão aqui recolhido algumas pedras lascadas utilizadas na Batalha de Aljubarrota.

    Cerca de 500 anos mais tarde, o Concelho da Batalha, a Freguesia de São Mamede, e em particular o lugar da Pia do Urso, foi também ponto de passagem dos militares das invasões francesas, que por entre pilhagens e massacres efectuados, dizimaram populações e património.

    Dada a singularidade do espaço natural onde está inserido, o lugar de Pia do Urso carrega em si um misto de fábula e magia, prevalecendo duas lendas em redor deste lugar, que a seguir se dão conta de forma sumária.

    Começando pela provável origem do nome desta localidade, dizem os mais antigos que a designação se ficou a dever ao facto de um urso (provavelmente um Urso Ibérico) aproveitar uma das pias existentes no maciço rochoso e aí beber água com frequência.

    A pia em questão, devidamente assinalada no local, apresenta um declive natural que facilitaria a este e a outros animais a ingestão do líquido, numa zona, recorde-se, densamente arborizada.

    Outra lenda em redor da Pia do Urso aborda a existência, há alguns anos, de uma oliveira diferente das demais, em virtude desta apresentar a rama preta e ao longo da sua vida nunca ter produzido azeitona. A explicação para estes factos bizarros, apontavam os mais idosos, relacionava-se com a hipótese de, aquando da permanência naquele local dos exércitos franceses, a oliveira ter servido de esconderijo de armas, munições e pólvora."

    Da visita que fiz ao local, ressalvo o seguinte:
    1. É um local excelente para ir com crianças ou invisuais, em grupo familiar ou, simplesmente, para fazer um pic-nic...
    2. As reconstruções das casas tradicionais são interessantes (pese o pormenor de algumas terem umas chaminés que fazem lembrar as das casas algarvias, mas isto deve ser impressão minha...).
    3. Há ainda pouca informação sobre aluguer de casas e falta ainda animação comercial ao lugar (neste momento há só um café...) e o posto de informações ainda funciona intermitentemente...
    4. O Percurso precisa de algumas afinações e de muita manutenção (há muita coisa que está estragada ou em vias de...).
    5. As placas de entrada (gigantescas...) estão paralelas ao eixo da estrada entre S. Mamede e Mira d'Aire, pelo que se pode passar sem as ver...
    Poderão ver mais Fotografias e Vídeo, em diversos posts, que fizemos na nossa ida a este magnífico local, em 10.03.2007 (sábado), no Blog GeoLeiria...

    quinta-feira, março 15, 2007

    8º Concurso "Ciencia en Acción"

    Post (em estereofonia com o blog AstroLeiria...) sobre um concurso escolar espanhol, aberto à participação lusa...

    Os nuestros hermanos têm um concurso aberto a TODAS as Línguas Oficiais da Ibéria (Castelhano, Português, Catalão, Galego e Basco, entre outras...), pelo isto nos interessa...!

    BASES DEL 8º CONCURSO "CIENCIA EN ACCIÓN"
    Objetivos
    • Encontrar ideas innovadoras que hagan la ciencia más atractiva para la ciudadanía.
    • Subrayar el carácter internacional de la ciencia.Contribuir a extender los contactos científicos y en materias divulgativas en el marco europeo.
    • Realizar materiales pedagógicos útiles y de calidad (textos, imágenes, videos, etcétera) que sirvan de ayuda para complementar los contenidos curriculares para los diversos niveles educativos.
    • Fomentar en los educadores el interés por la ciencia de manera activa para llegar a los estudiantes en las aulas.
    • Involucrar a investigadores en actividades de divulgación científica.
    • Incrementar la cultura científica de los ciudadanos europeos.
    • Mostrar la importancia de la ciencia para el progreso de la sociedad y el bienestar de los ciudadanos.

    Participantes
    El concurso está dirigido principalmente a profesores de enseñanza primaria, secundaria y de universidad; a investigadores, divulgadores científicos de los medios de comunicación o pertenecientes a museos y organismos relacionados con la ciencia, así como a cualquier persona interesada en la enseñanza de la ciencia en España o en cualquier país de habla hispana o portuguesa. Los interesados deberán presentarse de forma individual al concurso.


    Inscripción y plazo de presentación

    Es preciso para todas las modalidades realizar la inscripción a través de la página de Internet (http://www.cienciaenaccion.org/) a la que se enviará un resumen o breve descripción detallando las características de la propuesta (objetivos, estructura, metodología, contenidos, público al que se dirige…). El resumen tendrá una extensión de 15 líneas, deberá estar redactado en inglés y en uno de los idiomas oficiales del estado español. En el caso de que el idioma escogido sea distinto al castellano, se adjuntará además una traducción a este idioma. El plazo de presentación de cualquiera de los premios y modalidades finaliza el 5 de julio del 2007.


    Modalidades de participación y premios

    Para los premios CIENCIA EN ACCIÓN el tema tratado debe ajustarse a la modalidad elegida.

    El trabajo ha de ser de reciente elaboración, no publicado o publicado después de enero de 2005, y no presentado en anteriores ediciones del concurso.

    En la valoración de los trabajos se tendrá en cuenta su interés, utilidad, originalidad y presentación. Por primera vez, todas las modalidades están abiertas a participantes de países de habla hispana y portuguesa.

    Los premios CIENCIA EN ACCIÓN se distribuyen en diversas modalidades, según sea el tipo de trabajo presentado:

    • Demostraciones de Física (Premio Sidilab): actividades prácticas para realizar in situ de experiencias que ofrezcan una cara más atractiva de la física y que faciliten a los estudiantes su comprensión.

    • Laboratorio de Matemáticas (Premio UCM): actividades prácticas para realizar in situ dirigidas a hacer las matemáticas más manipulativas, facilitar su comprensión y que, en algún caso, permita llevarlas a la calle para el gran público.

    • Demostraciones de Química (Premio Pasco-Prodel): actividades prácticas a realizar in situ relacionadas con el mundo de la experimentación dentro del campo de la química.

    • Laboratorio de Biología y Geología (Premio 3bScientific): actividades prácticas a realizar in situ dentro del campo de la geología y la biología.

    • Ciencia y Tecnología (Premio UPC): actividades prácticas para realizar in situ que estén basadas en aplicaciones de la ciencia al ámbito tecnológico y que puedan desarrollarse dentro y fuera de las aulas.

    • Sostenibilidad (Premio Antares): Iniciativas dirigidas hacia la sensibilización y concienciación de la población en temas medioambientales (contaminación, desarrollo sostenible y conservación del entorno), valorando preferentemente la amplitud de la difusión y alcance de los trabajos.

    • Materiales didácticos de Ciencia: pueden presentarse en forma de cuadernillos de trabajo, libros, u otros en soporte papel (Premio UGR) y CD-ROM, páginas web, programas de simulación o auto-aprendizaje, u otros formatos en soporte informático (Premio IBM).

    • Trabajos de divulgación científica : libros, artículos de prensa escrita, folletos o catálogos de exposiciones (Premio Mètode) y emisiones de radio, vídeos o programas de televisión (Premio FZCC).

    • Ciencia, ingeniería y valores (Premio VMO): trabajos relacionados con la promoción de los valores humanos en la ciencia y la ingeniería, en cualquier tipo de formato (textos de ensayo, proyectos, obras ejecutadas, etcétera).

    • Puesta en escena (Premio UZ): presentaciones teatrales de contenidos científicos dirigidas a la divulgación.

    • Cortos científicos (Premio UV): películas de contenido científico cuyo objetivo sea la divulgación y con una duración no superior a 20 minutos.

    Asimismo, se concederá el Premio Especial del Jurado (Premio CIENCIA EN ACCIÓN), fuera de concurso, a personas o instituciones por las actividades realizadas en favor de una mayor y mejor apreciación pública de la ciencia. Los candidatos serán propuestos por los miembros del jurado y las instituciones que patrocinen el programa.Los ganadores recibirán los correspondientes diplomas y una ayuda de viaje para poder asistir personalmente a la gran reunión final o bien participarán via webcam. Cada premio esta dotado con 1.500 euros en metálico, así como el correspondiente diploma. En total se entregarán 12 premios en metálico con la dotación económica mencionada. Los premios quedarán sometidos al IRPF conforme a la legislación fiscal vigente.


    Presentación y documentación

    La presentación de los trabajos se realizará según las normas que figuran a continuación:

    i) La presentación de las Demostraciones de Física, Laboratorio de Matemáticas, Demostraciones de Química, Laboratorio de Biología y Geología y Trabajos de Ciencia y Tecnología y Sostenibilidad se hará en dos fases.
    • En primer lugar se enviará una copia de la ficha de inscripción y el resumen, junto con un video de la actividad práctica, a la dirección de la RSEF (resumen y video por triplicado).

    • En segundo lugar, las propuestas ganadoras deberán presentarse públicamente en la fase final del certamen nacional.

    ii) La presentación de los Materiales Didácticos, los trabajos de Divulgación Científica, los de Ciencia, Ingeniería y valores y los de Cortos Científicos se hará en dos fases:
    • En primer lugar, se enviará una copia de la ficha de inscripción y el resumen, junto con el trabajo sobre papel, o soporte informático, o videos de los programas de TV o cintas de las emisiones de radio, a la dirección de la RSEF (siempre incluyendo resumen y todos los materiales por triplicado).

    • En segundo lugar, si el trabajo es uno de los ganadores, deberá mostrarse en la fase final del certamen participando el concursante en la presentación conjunta correspondiente, in situ o bien via webcam.


    iii) La presentación de las representaciones teatrales que opten al premio de Puesta en escena se hará en dos fases:
    • En primer lugar, se enviará una copia de la ficha de inscripción y el resumen, junto con un video en formato VHS o un CD-ROM de la representación teatral, a la dirección de la RSEF (resumen y video o CD-ROM por triplicado). El video/CD-ROM y la representación teatral tendrán una duración máxima de 30 minutos.

    • En segundo lugar, si el trabajo es uno de los ganadores, deberá escenificarse, o en su defecto visionarse en la fase final del certamen nacional. Las imágenes del video/CD-ROM deberán ser de buena calidad.

    Los materiales enviados por los concursantes quedarán como depósito en la organización, y podrán ser utilizados por la RSEF, la RSME, la FECYT y el CSIC como recursos didácticos que quedarán a disposición de la comunidad educativa española, pudiendo ser reproducidos identificando en cada caso su autoría.

    El 16 de julio se publicará en la web la lista de ganadores que serán invitados a participar en el Certamen nacional del 19 al 21 de octubre de 2007 en la Plaza del Pilar de Zaragoza. La organización sufragará los gastos de alojamiento y traslado de los ganadores.

    El programa "Ciencia en Acción" se coordina con el proyecto internacional "Science on Stage" organizado por EIROforum*, que celebrará su final internacional en algunas de las sedes de las instituciones que lo forman. Los mejores trabajos españoles presentados en el certamen de Zaragoza y que respondan al tema europeo de "Science on Stage" serán seleccionados por el jurado para participar en el evento europeo que se organice.

    Jurado

    El jurado estará constituido por profesores y por profesionales de la divulgación científica designados por el Comité Científico de CIENCIA EN ACCIÓN. El fallo no será recurrible. La participación en el concurso supone la plena aceptación de estas bases. El jurado podrá declarar desierto el premio en cualquiera de las modalidades del certamen.


    Autoría

    El autor garantiza que la obra es original y que es el legítimo titular de todos los derechos inherentes a la misma y que la obra (o el trabajo) no vulnera derechos de terceros. En el caso de que esta garantía se demostrara incierta, contra la misma se iniciarán acciones para la defensa de derechos de terceros sobre la obra, imágenes o composición. El autor será responsable de esta vulneración quedando los convocantes exonerados de toda responsabilidad.


    Mais informações em: http://www.cienciaenaccion.org/indice.html

    quarta-feira, março 14, 2007

    SIDA: situação de Portugal a 31 de Dezembro de 2006

    Foi publicado o Relatório do Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis referente à situação de Portugal até 31 de Dezembro de 2006. Prestem atenção aos números!

    A 31 de Dezembro de 2006, encontram-se notificados 30 366 casos de infecção VIH / SIDA nos diferentes estadios de infecção.

    A análise, segundo os principais aspectos epidemiológicos, clínicos e virológicos é apresentada separadamente para cada estadio da infecção, por corresponder a situações distintas. Como elemento comum a todos os estadios, verifica-se que o maior número de casos notificados (“casos acumulados”) corresponde a infecção em indivíduos referindo consumo de drogas por via endovenosa ou “toxicodependentes”, constituindo 45,0% (13 684 / 30 366) de todas as notificações, reflectindo a tendência inicial da epidemia no País.

    O número de casos associados à infecção por transmissão sexual (heterossexual) representa o segundo grupo com 37,5% dos registos e a transmissão sexual (homossexual masculina) apresenta 11,9% dos casos; as restantes formas de transmissão correspondem a 5,6% do total. Os casos notificados de infecção VIH/SIDA, que referem como forma provável de infecção a transmissão sexual (heterossexual), apresentam uma tendência evolutiva crescente importante. No segundo semestre de 2006, a categoria de transmissão “heterossexual” regista 51,5% dos casos notificados (PA, Sintomáticos não-SIDA e SIDA).
    O total acumulado de casos de SIDA em 31 de Dezembro de 2006, era de 13515, dos quais 449 causados pelo vírus VIH2 e 189 casos que referem infecção associada aos vírus VIH1 e VIH2. Em 83 casos de SIDA, o tipo de vírus da imunodeficiência humana ainda não nos foi comunicado, obedecendo no entanto estes casos aos critérios de classificação.

    Os “ Portadores assintomáticos” são predominantemente jovens com mais de 20 anos e indivíduos até aos 39 anos, constituindo o maior número de casos notificados (72,5%) neste grupo. Constatamos o elevado número de casos de infecção VIH assintomáticos, associados principalmente a duas categorias de transmissão: “toxicodependentes” representando 43,7% do total de PA notificados, bem como “heterossexuais” (40,6%). Contudo, analisando os anos 1999-2005, verificamos que o padrão da tendência temporal nos casos assintomáticos regista flutuações da tendência observada, resultante do facto da categoria de transmissão “heterossexual” apresentar valores percentuais diversos entre 1999-2005, em relação ao total de casos notificados em cada ano, enquanto os “toxicodependentes” confirmam a tendência proporcional decrescente.

    Os casos sintomáticos não-SIDA (“Complexo Relacionado com SIDA”, na designação clássica) constituem um grupo com menor número de casos, cujas características epidemiológicas, em relação aos principais parâmetros, seguem o padrão epidemiológico anterior. Neste grupo, 39,0% correspondem a indivíduos “toxicodependentes” e 39,6% a casos na categoria de transmissão heterossexual; a tendência evolutiva anual apresenta valores proporcionais crescentes nesta última categoria.

    domingo, março 11, 2007

    Aprender TIC numa carruagem da CP - os vídeos

    O primeiro foi editado com o Windows Movie Maker e o segundo (ainda) não. Foram ambos colocados no YouTube...



    Aprender TIC numa carruagem da CP - fotos II



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    Aprender TIC numa carruagem da CP - fotos I



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    Aprender TIC numa carruagem da CP - a Estação



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    Aprender TIC numa carruagem da CP - chegada




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    A tua idade noutros planetas

    Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

    Página interessante (sugestão de João Garcia) sobre medição de tempo em diversos planetas, feita pela Universidade de Évora. Calcula a idade de uma pessoa, em dias e anos de outro planeta do Sistema Solar, de forma automática, incluindo a data de aniversário nesses astros.


    É muito giro - vão ver (clicar neste link aqui).

    sábado, março 10, 2007

    O solo como factor abiótico!

    Quando falamos em ecossistemas, referimos sempre os seres vivos, os factores do ambiente e as relações que se estabelecem quer entre seres vivos, quer entre os seres vivos e o ambiente que os rodeia!

    A influência de factores como a água, a temperatura ou a luz sobre os seres vivos é conhecida de muitos alunos! São capazes de referir pelo menos um exemplo que elucide cada uma destas relações. As relações entre factor solo e os seres vivos já não são tão evidentes!

    Um solo é a camada fina de material solto que cobre grande parte da superfície terrestre, à excepção das regiões polares e dos desertos. É constituído sobretudo por fragmentos de rocha meteorizada e matéria orgânica em decomposição.

    Há animais que preferem solos coesos, outros vivem em solos com pouca coesão (p.e. arenosos). Há seres vivos como as minhocas que revolvem os solos e enriquecem-nos em matéria orgânica, tornando-os mais férteis!

    Também a distribuição de plantas é influenciada pelo tipo de solos! Um solo arenoso e ácido é favorável a plantas como os pinheiros e as urzes.

    A classificação dos solos está a cargo de uma comissão de especialistas. O Sistema de classificação mais pormenorizadoé o Comprehensive Soil Classification System (CSCS), que agrupa os solos de acordo com determinadas propriedades e com a presença de determinados horizontes (camadas).

    O solo, para além da matéria orgânica e mineral, é também constituído por água e ar! Assim, realizou-se uma experiência para determinar qual o melhor solo (entre três tipos diferentes) com a quantidade de água certa para os seres vivos.



    Bibliografia:
    1. Farndon, J. (1996). Diconário Escolar da Terra. Círculo de Leitores, Inglaterra, 192 pp.
    2. Morgan, S. (1997). A Ecologia - A Nova Enciclopédia das Ciências. Círculo de Leitores, 160 pp.