quinta-feira, dezembro 28, 2006

Dinossáurio encontrado perto de Leiria...!

Fóssil de dinossauro couraçado descoberto na Batalha
Ossos com 150 milhões de anos
26.12.2006 - 12h35 Teresa Firmino


Dava um passeio de domingo com o filho, quando deparou no campo com o que parecia uma pedra ou uma raiz de árvore. "Comecei a escavar e verifiquei que era um fóssil mesmo, com um peso já bastante grande." É assim que Rui Pinheiro se lembra do momento em que descobriu, em Agosto de 1999, perto da Batalha, a tíbia de um dinossauro com uma couraça de placas ósseas no dorso, espinhos na ponta da cauda e uma cabeça minúscula. Ou seja, um estegossauro.

A sorte de Rui Pinheiro, desenhador de sistemas de saneamento de água na Câmara Municipal de Leiria, foi ter andado por ali uma máquina a fazer um caminho, que deixou os ossos à vista. Fotografou o local e levou para casa a parte da tíbia achada, mas não guardou a descoberta para si.

Telefonou para o Museu Nacional de História Natural (MNHN), em Lisboa, afinal era lá que estava o geólogo que muitos associam aos dinossauros, António Galopim de Carvalho. E o geólogo pediu ao paleontólogo Pedro Dantas para verificar se no sítio de Casal Novo, junto da aldeia da Rebolaria, a cerca de um quilómetro da Batalha, tinham mesmo descoberto um dinossauro. "Porque há muitas pessoas que dizem que encontraram ossos e são pedras", justifica Rui Pinheiro. "Passei lá no domingo seguinte com um colega e encontrámos novos ossos, costelas e vértebras."

Pedro Dantas, do MNHN e do Laboratório de História Natural da Batalha, não tardou a confirmar que o relato tinha fundamento. Escavações em 2000 e 2002, por cientistas portugueses e espanhóis (na região onde, em tempos, uns e outros se combateram na célebre batalha de Aljubarrota), permitiram recuperar vários ossos. Um dente, vértebras, costelas, restos da cintura pélvica, ossos da pata direita, como o tarso, além da tal tíbia, ou uma placa óssea quase completa. "A placa estava por cima do pescoço. Temos ainda fragmentos de outras placas espalhadas ao longo da coluna vertebral", conta Pedro Dantas.

As placas permitem dizer que era um dinossauro couraçado. Mas houve vários, por isso para tentar determinar o género a que pertencia o dinossauro da Batalha, a equipa luso-espanhola baseou-se principalmente em características das vértebras. Classificou-o como estegossauro do género Stegosaurus (houve outros géneros), que viveu há 150 milhões de anos, no período do Jurássico Superior.

A importância de ser um Stegosaurus aparecerá em breve explicada na edição on-line da revista científica alemã Naturwissenschaften, num artigo assinado em primeiro lugar por Fernando Escaso, paleontólogo da Universidade Autónoma de Madrid. "Relatamos a primeira prova incontroversa de um membro do género Stegosaurus encontrado fora da América do Norte", escreve a equipa. "Amplia a diversidade conhecida de estegossauros na Península Ibérica", acrescenta Pedro Dantas.

Um corredor entre a Terra Nova e a Ibéria

Não é difícil imaginar que no tempo dos dinossauros a configuração dos continentes era muito diferente da actual. O Atlântico começou a nascer há 210 milhões de anos, entre o Norte de África e a Península Ibérica. No Jurássico Superior (entre os 160 e 140 milhões de anos), a abertura do Atlântico Norte estava em curso, à medida as placas tectónicas se afastavam (e continuam hoje a afastar) e, no meio, nascia nova crosta terrestre.

O problema é que o grau de separação dos continentes e a profundidade do mar entre as massas continentais da América do Norte e da Europa, no Jurássico Superior, é motivo de debate na comunidade científica. Havia várias ilhotas ou zonas emersas significativas?

Encontrar um género de dinossauro na Europa que até agora só se conhecia na América do Norte pode servir para fazer a reconstituição da geografia dos continentes há milhões de anos e do rompimento do Atlântico Norte, na latitude da Península Ibérica.

"Se aparecem as mesmas formas de dinossauros na América do Norte e na Europa ocidental, então elas passaram de um lado para o outro", explicita Pedro Dantas. "Este trabalho ajuda a entender como, quando e onde se processou a passagem de dinossauros de um lado para o outro do ainda incipiente Atlântico Norte, e também apresenta mecanismos geológicos que estão na base desta passagem."

A prova de que os dinossauros transitaram de um lado para o outro do Atlântico Norte, na latitude da Península Ibérica, está na descoberta do Stegosaurus. Não é, aliás, a primeira prova nesse sentido: em 1988, na aldeia de Andrés, perto de Pombal, encontraram-se ossos de um dinossauro carnívoro com cerca de 150 milhões de anos, do género Allosaurus, que até ali só se conhecia na América do Norte. Dezassete anos depois, os cientistas voltaram ao mesmo sítio e encontraram mais ossos.

Assim, a equipa propõe a existência de um corredor entre a Terra Nova e a Ibéria. Não era, no entanto, uma língua de terra que ia de um lado ao outro. "Não era propriamente uma auto-estrada. O mar era pouco profundo e, aqui e ali, apareciam terras emersas e a fauna ia passando, até atingir o lado oposto", explica o paleontólogo português. "Acreditamos que essa passagem foi selectiva, senão encontrávamos exactamente as mesmas faunas de ambos os lados deste Atlântico antigo."

in Público

NOTA: Afinal as pontes, que os detractores da Deriva dos Continentes de Wegener queriam que existissem, voltam, não para assombrar Alfred Wegener, a Deriva dos Continentes ou a Téctónica de Placas, mas para completar o puzzle da História da Terra. E, depois de Andrés (Santiago de Litém- Pombal), agora é a vez de Casal Novo (Rebolaria - Batalha) a colocarem no Mapa Mundi dos dinossáurios o distrito de Leiria...

quarta-feira, dezembro 27, 2006

XII Olimpíadas do Ambiente 2006-2007


As XII Olimpíadas do Ambiente (OA) são um concurso de problemas e questões dirigido aos alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade do ensino diurno e nocturno de escolas públicas, privadas ou do ensino cooperativo no território nacional, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Esta iniciativa é coordenada por uma equipa multidisciplinar composta por elementos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e do Zoomarine - Mundo Aquático SA.

Objectivos fundamentais:
• incentivar o interesse pela temática ambiental;
• aprofundar o conhecimento sobre a situação ambiental portuguesa e mundial;
• estimular a capacidade oral e escrita;
• promover o contacto com situações experimentais concretas;
• desenvolver o espírito e curiosidade científica; e
• estimular a dinâmica de grupo e espírito de equipa, assim como a cooperação.

Áreas temáticas
• Conservação da Natureza
• Recursos naturais
• Poluição
• Estilos de vida
• Ameaças globais
• Política ambiental
• Realidade portuguesa

Categorias
• Categoria A - do 7º ao 9º ano de escolaridade
• Categoria B - do 10º ao 12º ano de escolaridade

Todos os alunos inscritos nos anos escolares abrangidos são convidados a participar nas OA, através da sua escola, e nenhum pode ser discriminado com base na idade, sexo, crenças religiosas, deficiências intelectuais ou motoras, competências específicas ou área de ensino. Qualquer estabelecimento de ensino oficial ou particular do 7º ao 12º ano de escolaridade que não tenha sido directamente convidado a participar pode igualmente concorrer, desde que proceda à respectiva inscrição.

Fases do concurso

1ª Eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento. São apurados para a segunda eliminatória os melhores alunos a nível nacional e também os melhores por escola.

2ª Eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e duas perguntas de desenvolvimento. Esta eliminatória decorrerá nas escolas com alunos seleccionados. Para a Final Nacional, são apurados os melhores a nível nacional e os melhores por distrito/ilha.

Final nacional - Ao longo de um fim-de-semana, os finalistas realizarão um teste escrito com questões de escolha múltipla, uma prova oral em grupo, participarão num conjunto de actividades práticas (feira de experiências laboratoriais e descoberta de uma zona protegida) e um colóquio/debate na sessão solene de entrega de prémios. Os vencedores poderão ser posteriormente contactados pelos Serviços de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian para participar no London International Youth Science Forum.

Inscrição
A Escola deve preencher a Ficha de Inscrição na página de Internet da OA (ver menu Inscrição). O valor da inscrição é de €10 por categoria, por escola.

Consulte aqui o Regulamento.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Boas Festas...!

Que os nossos leitores, nossos bloggers e aparentados tenham um Bom Natal e Próspero Ano Novo, são os nossos votos...!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Carl Sagan - 10 anos de saudade...


Faz hoje anos - já 10...! - que o cientista, escritor e astrónomo Carl Sagan nos deixou...

Irei em breve publicar no Blog do Paulo Heleno - Rastos de Luz - um texto sobre este grande Senhor, na secção Carl Sagan - In Memorium. Ali poderão ler vários textos (que, se o Paulo autorizar, também posteriormente publicaremos no Blog AstroLeiria esses materiais) sobre as diferentes facetas de um cientista que tudo queria saber. Também se aconselha a visita ao site oficial de Carl Sagan, mantido pela esposa Ann Druyan.

Obrigado, Carl Sagan, pelo muito que nos deixaste em uma vida tão curta...!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Conferências NEL - comentário final


Como geólogo que se está a iniciar na Espeleologia, adorei todas as palestras a que fui, em especial as duas últimas (a do NEC e a da Arqueologia). Mas todas foram muito completas, educativas, com debate aberto, bem preparadas e com aspectos científicos que me interessavam.

O NEL, as instituições que o apoiaram e os palestrantres (e respectivas Instituições...) estão de parabéns - a Espeleologia está viva e recomenda-se...!


PS - A palestra a que eu mais gostaria de assistir, no próximo dia 22.12.2006, 6ª-feira ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) apanha-me fora de Leiria. Espero que tirem fotos e mos enviem para aqui publicar e que o Pedro Ferreira não se esqueça de me comprar o livro, CD e DVD do NECA...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Telescópios no LIDL


O LIDL está a vender alguns telescópios, que variam consoante a região do país. Este de que vamos falar trata-se de um MEADE legítimo - em princípio é um ETX 70 AT, um refractor de 70 mm de abertura (objectiva) e as seguintes características, segundo os vendedores:
  • 3 oculares:
    • 25 mm – ideal para observação de estrelas, galáxias e nebulosas planetárias,
    • 12 mm – ideal para observação da lua,
    • 04 mm – ideal para observação de planetas;
  • Comando por computador autostar:
    • navegação celeste automática com o premir do botão (guia do menu em inglês).
  • Com cd de software e manual de utilização com dicas de astronomia;
  • Acessórios:
    • mochila,
    • tripé de alumínio estável e com altura ajustável;
  • Ampliação de 14 até 262,5 vezes;
  • Elevada resolução óptica para observação terrestre e celeste!
  • Com 5 anos de garantia.
Preço? 199 euros....!

Mais informações, ver aqui.


NOTA: Só a partir de 21.12.2006 (5ª) - só o tripé e comando valem mais de 200 euros...

sábado, dezembro 16, 2006

440 milhões de euros para travar o mar


As águas vão subir quatro metros durante o temporal previsto para dia 21. Até lá colocam-se remendos, pois as soluções finais vão demorar alguns anos


Se não conseguir a verba volumosa necessária para as intervenções na costa portuguesa, o Ministério do Ambiente vai continuar a aplicar 'pensos rápidos' nas zonas de risco.

Por isso, o ministro Nunes Correia "gostaria de dispor de 240 milhões de fundos comunitários para investir nas obras prioritárias de consolidação das arribas, minimização de processos de erosão e requalificação do litoral". Esta verba é almejada com futuras candidaturas ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para o período 2007-2013. E se for obtida, permitirá duplicar a verba total de investimento público "para a ordem dos 440 milhões só para as intervenções prioritárias previstas nos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC)" para os próximos sete anos.

Será deste bolo que surgirão os ¤15 milhões que Nunes Correia prometeu para a segunda fase de obras em São João da Caparica, anunciada para a Primavera. A praia vai receber mais três milhões de metros cúbicos de areia que será retirada do fundo do mar a 2,5 milhas da costa.

No passado fim-de-semana, o cordão dunar junto ao Parque de Campismo do Inatel não resistiu à força das ondas. E poderá voltar a ser destruído pelas marés-vivas previstas para quinta-feira, que elevarão o mar quatro metros. Pensando nesse cenário, o Instituto da Água (INAG) avançou esta semana com um reforço de emergência da duna em frente ao parque de campismo do Inatel, recorrendo a areias da praia.

Com este 'penso' e a reabilitação recente dos esporões da Costa de Caparica, o presidente do INAG, Orlando Borges, "espera" conter as forças da natureza que tendem a galgar terra até à arriba fóssil a longo prazo. E diz que "as máquinas estão lá para corrigir novos rombos".

Menos optimista está Vítor Sequeira, concessionário de um dos bares de praia, que teme "os efeitos da retirada de areia onde ela faz falta". O apoio de praia já foi reconstruído três vezes devido aos avanços do mar. Por isso ironiza: "Vou construir o próximo sobre carris, com GPS, e peço ao Ministério do Ambiente as coordenadas". Ele e outros concessionários e frequentadores desta zona balnear temem que a praia desapareça por completo.

Desde 1940, o areal já recuou 410 metros segundo um estudo de José Carlos Ferreira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL). O investigador lembra os relatos das caminhadas a pé entre a Cova do Vapor e o Bugio e explica: "Ao longo destes anos a costa foi recuando com a subida do nível do mar conjugada com a redução dos sedimentos devido às barragens e à retirada de areias para a construção civil". Agora, sugere que "rapidamente seja feita a alimentação artificial destas praias e haja uma monitorização efectiva deste litoral, para que os oito milhões de euros investidos na reabilitação dos esporões da Caparica não sejam deitados ao mar".

Opinião semelhante tem o professor Pedro Bicudo, do Instituto Superior Técnico: "Os esporões são uma tecnologia ultrapassada de fazer portos e o que falta na Costa é a reposição de areias". E lembra que as praias da zona Sul da Caparica têm um equilíbrio natural sem molhes, enquanto as do Norte têm ondas a bater no paredão. O também membro da Comissão Técnica SOS Salvem o Surf, explica que "os esporões são responsáveis pela amplificação de correntes (agueiros) que levam a areia para o mar e quebram a energia das ondas, reduzindo em 75% o período surfável".

Por seu lado, Francisco Taveira da Universidade do Porto defende que "a amplitude das marés da costa Oeste portuguesa exige a construção de esporões a par com a alimentação de areias". Mas admite que as decisões são tomadas em função das disponibilidades financeiras.

Outra das zonas do país com mair risco de erosão costeira situa-se entre Ovar e a Marinha Grande. Na Vagueira e em Esmoriz a costa já recuou 200 metros nas últimas três décadas e as recentes marés-vivas também deixaram marcas profundas . No Furadouro o recuo médio anual ronda os nove metros, refere a especialista em gestão costeira Fátima Alves, da Universidade de Aveiro. E lembra que os 12 aglomerados populacionais daquela região estão em sério risco: "Temos que equacionar se devemos protegê-los ou retirar as populações, o que exige grandes investimentos". Por isso, sugere que as Câmaras comecem a pensar em criar fundos ou permutas para realojar as pessoas que tiverem que ser deslocadas da costa.


DIFICULDADES
Avaliação oficial das dificuldades de intervenção na orla costeira até 2005

Organização: escassez de recursos humanos; constrangimentos financeiros carências de vigilância, fiscalização e monitorização

Coordenação: deficiente entre as entidades envolvidas (Inag, ICN, Câmaras, CCDR), fraca implementação de unidades operativas de gestão (UOPG), dificuldades de execução de intervenções fora do Domínio Público Marítimo

Técnicas e jurídicas: incorrecções e lapsos na cartografia de base, processos em contencioso, excessiva rigidez dos planos de praia

Fragilidades: constatação de que 500 metros de delimitação da área terrestre de protecção é insuficiente, exclusão das áreas portuárias; ausência de convergência financeira entre as entidades responsáveis

PROJECTOS PRIORITÁRIOS

O Grupo de Coordenação Estratégica dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) definiu 42 prioridades de intervenção para 2007-2009, que incluem obras de defesa costeira, planos de intervenção e requalificação urbana e estudos e monitorização, entre os quais:

Caminha - Espinho: reparação de esporões (Espinho); demolição de 180 habitações e restaurantes em Pedrinhas/ Cedobem/ Apúlia (Esposende)

Ovar - Marinha Grande: reparação dos esporões em Esmoriz, Cortegaça e Furadouro (Ovar) e na praia da Vagueira, e retirada de populações; recuperação do cordão dunar na praia de Mira

Alcobaça - Mafra: estudos e projectos e consolidação de escarpas e arribas na Nazaré, S. Martinho e Areia Branca e ordenamento das margens da lagoa de Óbidos

Vilamoura - VRS António: Demolições de construções ilegais nas ilhas-barreira de Faro e Olhão integradas na requalificação da Ria Formosa


PLANOS NO PAPEL

Ao longo da última década sucederam-se estratégias que não saíram do papel:

1998 - 'Estratégia para a Orla Costeira' com linhas de orientação genéricas

2003 - 'Programa Finisterra' para requalificar e reordenar o litoral e impulsionar a aplicação dos POOC. Nunca viu os 125 milhões de euros prometidos

2005 - 'Bases para a Estratégia de Gestão Integrada da Zona Costeira Nacional', que em Fevereiro enunciava 9 princípios e 8 objectivos fundamentais, e 20 opções estratégicas de curto prazo, entres os quais uma Lei de bases da Costa. Foi apresentado em Fevereiro. O ministro diz que "estará pronto até final de Dezembro e que a Estratégia já foi desencadeada".


in Expresso

Governo desvia 300 milhões para a incineração

Quercus acusa Governo de desviar 300 milhões para a incineração
15.12.2006 - 09h36 Lusa


Os ambientalistas da associação Quercus acusaram hoje o Governo de querer desviar para a incineração a maior verba de investimentos (300 milhões de euros) do plano para os resíduos urbanos PERSU II, que entrou esta semana em fase de consulta pública.

"Este desvio de verbas não favorece a reciclagem, uma vez que prevê gastar a maior fatia de dinheiro disponível em novas unidades de incineração, deixando a reciclagem com verbas insuficientes", afirmou à agência Lusa Rui Berkemeier, da Quercus.

A versão do PERSU II para o período 2007-2013, que entrou na terça-feira em fase de consulta pública, prevê um financiamento de 924 milhões de euros para os resíduos urbanos, 300 milhões dos quais para a incineração.

"O mais grave é que ninguém explicou para onde vão 260 desses 300 milhões", acusou Rui Berkemeier.

A reciclagem de matéria orgânica vai receber 278 milhões de euros, uma verba que a Quercus considera "insuficiente" e que vai permitir continuar a descarregar a matéria orgânica nos aterros, com a consequente poluição das águas, libertação de maus cheiros e emissão de gases de efeito de estufa.

"Um dos processos que não é devidamente apoiado é o Tratamento Mecânico e Biológico dos resíduos, o que é um erro, uma vez que este sistema permite aproveitar a matéria orgânica e muitos materiais recicláveis a partir dos resíduos não separados", acrescentou.

Para a recolha selectiva estão previstos 33 milhões de euros, 3,5 por cento do investimento total.

"O desvio de fundos para a incineração é que inviabiliza um investimento sério na recolha selectiva. O pouco apoio à recolha selectiva também se reflecte no facto de este plano abandonar a ideia prevista na versão original de obrigar à recolha selectiva porta-a-porta, a qual se tem revelado a melhor forma de a umentar a quantidade de resíduos a reciclar", acusou.

A Quercus apela ao Ministério do Ambiente para que altere este plano de investimentos previsto no PERSU II, defendendo que a proposta actual "compromete seriamente" os objectivos de reciclagem para Portugal e "mantém muitos dos problemas ambientais provocados pelos aterros".

in Público - ver notícia

quinta-feira, dezembro 14, 2006

5ª Conferência de Espeleologia


A quinta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será da responsabilidade do Instituto Português de Arqueologia (Prof. Doutor Francisco Almeida) será em 15 de Dezembro de 2006, 6ª-feira, às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.


A não faltar...

PS - A última sessão será em 22.12.2006 ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul). É uma pena esta última data - eu não estarei em Leiria nesse dia...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Conferência de Espeleologia - recordatória


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita por elementos do NEC (Núcleo de Espeleologia de Condeixa) será em 7 de Dezembro de 2006, excepcionalmente à 5ª-feira, véspera de feriado, às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.



Picos da Europa e México
Exploração das Grandes Verticais

A não faltar - todas têm sido excelentes e é pena que não vá mais gente assistir.

PS - As próximas sessões são à 6ª-feira, em 15.12.2006 (a malta do NEL disse que tem a ver com Arqueologia) e em 22.12.2006 ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul). É uma pena esta última data - eu provavelmente não estarei em Leiria nesse dia...

Carta ao meu amigo marciano!!

Trabalho realizado numa aula de substituição.
Por Marisa Francisco, n.º10, 7ºB

Para: Guibaldino Marcioto, nº400000000000
Rua das Estrelas

Olá Guibaldino, meu grande amigo!
Como está tudo por aí? O universo continua em expansão ou está a começar a contrair-se?
Bom! Isto por aqui está uma beca mal. Vou-te dizer alguns dos acontecimentos e tragédias que se passam por aqui.
Como tu sabes, para nós irmos a tua casa é muito complicado. Temos de construir foguetões e vaivéns, o que causa muita poluição para a nossa atmosfera e já para não falar no gasto de dinheiro.
Mas também temos outros instrumentos para utilizar no espaço: os satélites artificiais, as sondas espaciais, os telescópios e os radiotelescópios, mas estes instrumentos não levam tripulação, apenas captam imagens, fornecem-nos dados sobre meteorologia, detectam minerais e muitas coisas mais.
Mas voltando ao ambiente, sabes que as pessoas cada vez mais estão a poluir o ambiente, o que afecta a nossa atmosfera!. O problema é que daqui a vários anos, ao continuarmos a poluir desta maneira, podemos destruir a nossa atmosfera. E depois, quem é que nos protege dos raios ultra-violetas? E quem nos protege dos meteoritos? As pessoas cada vez menos têm a noção do que é viver sem atmosfera. Aliás, sem ela não havia vida, os nossos ecossistemas morriam, morriam todos os seres vivos e tudo começava a desmoronar-se.
Por isso eu queria saber se consegues ver alguma coisa daí para me dizeres. É que a nossa tecnologia ainda não está tão avançada para podermos visitar o espaço pelo menos até Plutão. Pois, até Plutão não! Até Neptuno! Se calhar não sabes que Plutão já não é considerado um planeta.
Então, como te estava a dizer, o nosso planeta está a ficar mau. As florestas estão a desaparecer, logo os animais não têm condições para viverem nos seus habitats e desta maneira estão já em extinção. Mas eu não consigo escrever os problemas que a Terra tem! Era impossível escrevê-los a todos neste pequeno papel, pois são tantos! Pelo menos já tens alguma noção do que se passa aqui!
Bom! Agora tenho que acabar.
vai dando notícias.
Muitos abraços Giobaldino.

A prenda de Natal dos Professores...

in anterozóide

NASA quer construir colónia na Lua

Poderá estar operacional em 2020
2006-12-05

Antevisão (NASA) do que poderá ser a vida do Homem na Lua (clique para ampliar)

A NASA tenciona estabelecer uma pequena colónia de astronautas no pólo sul da Lua por volta de 2020, primeira etapa de um programa ambicioso de exploração humana do sistema solar, anunciou ontem a agência espacial norte-americana.

O projecto da NASA, revelado após consultas com 13 agências espaciais de todo o mundo e com empresas privadas, considera o estabelecimento de um posto avançado lunar como uma escala para os astronautas que se desloquem a Marte.

Esta colónia na Lua permitiria, nomeadamente, a extracção do hidrogénio e do oxigénio necessários para produzir água e combustível para os motores dos foguetões.

Tal qual está actualmente concebido, o posto avançado lunar começará com uma tripulação de quatro elementos a efectuar estadas de uma semana cada até que os módulos habitacionais e o fornecimento de energia permitam missões mais prolongadas, que poderão atingir os seis meses, para preparar as viagens até Marte.

"Esta estratégia permitiria aos países interessados neste projecto optimizar os seus recursos técnicos e financeiros, contribuindo assim para coordenar o esforço que nos vai lançar nesta nova era de descoberta e exploração", assinalou Shana Dale, administradora-adjunta da NASA.

Segundo a mesma responsável, as condições existentes nos pólos lunares parecem ser as mais favoráveis para a localização do posto avançado, especialmente o pólo sul, que beneficia de uma maior exposição solar, ideal para produzir electricidade.

Recorde-se que o homem não visita o seu satélite desde 1972.

in Ciência Hoje - ler notícia

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Documentos do Departamento

Conforme combinado, aqui ficam os últimos documentos que se sugeriu que publicassem no blog do Departamento (PAA e Ficha de Temas tranversais).

Para os obter clicar em nos seguintes links:

Plano de Actividades de Departamento Definitivo

TemasTransversais - Departamento

Mais Ciência!

Já saiu a National Geographic portuguesa do mês de Dezembro!

Porquê comprar?
1. Reportagens interessantes. Tomo a liberdade de salientar três delas!
  • O trabalho de campo do investigador Lúcio Cunha (geógrafo) da Universidade de Coimbra, que viajou até ao Alasca, onde estudou os glaciares do College Fjord.
  • Os mistérios de Saturno, apresentado como "O senhor dos anéis", são desvendados!
  • As condições da Terra no que seriam os seus primeiros milhões de anos de vida!!
2. Apresenta também novidades do conhecimento científico, tais como a descoberta de um fóssil de transição entre os peixes e os tetrápodes (animais com quatro patas).
3. Fotografias espantosas!

Tudo isto e muito mais, à distância de €1,00.

Boa Leitura!

National Geographic

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Cueva de los Cristales

A revista de Novembro da National Geographic Portugal trazia um artigo sobre os megacristais de gesso, variedade selenite (gesso transparente) de uma Mina mexicana.


Agora podem ler e ver imagens e filmes, em inglês e castelhano, mais material sobre o assunto, em:
http://www.naica.com.mx/

Intervalo para Publicidade

Do Blog anterozóide retirámos a seguinte publicidade, enquanto esperamos que a colega Isabel Quinta Lopes me mande um documento do Departamento para pôr aqui (confesso que era para colocar aqui o novo Estatuto da Carreira Docente, mas, depois de o ler, desisti...):



quinta-feira, novembro 30, 2006

Descobertas feitas e por fazer, Livros que queremos ler

Caro(a) amigo(a)

já alguma vez se interrogou sobre qual foi, até ao dia de hoje, a maior e mais importante descoberta científica de todos os tempos? E o que lhe parece que falta ainda descobrir para darmos mais um passo de gigante na aventura do conhecimento?

Mas não é tudo. Queremos ainda saber qual o livro de divulgação científica que não pode deixar de ser lido.

Na Semana da Ciência e da Tecnologia 2006 convidámos várias personalidades da cultura e da ciência do nosso país a darem o mote a esta iniciativa, que vai continuar nos próximos meses. Este é um convite de grande participação pública.

No site da Ciência Viva (http://www.cienciaviva.pt/diga/) já é possível aceder aos contributos dados por António Coutinho, António Firmino da Costa, Alexandre Quintanilha, Carlos Fiolhais, Fraústo da Silva, João Lobo Antunes, Jorge Buescu, Jorge Calado, José Vítor Malheiros, Manuel Fiolhais, Manuel Heitor, Manuel Paiva, Nuno Crato, Roberto Carneiro e Sobrinho Simões.

A lista vai crescer nos próximos meses. Muitos outros testemunhos são esperados e o seu também. Basta aceder ao site da Ciência Viva e registar o seu contributo.

Ficamos à espera da sua participação!

Conferências sobre Espeleologia


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita por elementos do NEC (Núcleo de Espeleologia de Condeixa) será em 7 de Dezembro de 2006 (5ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.



Picos da Europa e México
Exploração das Grandes Verticais

A não faltar...

PS - As próximas sessões são à 6ª-feira, em 15.12.2006 (não sei o tema e conferencistas) e 22.12.2006 ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul).

quarta-feira, novembro 29, 2006

Projecto europeu OIKOS



Muitas Universidades e Instituições europeias estão a participar num projecto europeu (OIKOS) em que se está a desenvolver uma interface multimédia para a aprendizagem através da Internet (www.e-oikos.net) de temas relacionados com riscos geológicos, aplicáveis a diversos grupos etários.

Veja-se o seguinte exemplo:
http://151.8.193.227/oikosgmap/oikos4.htm

sábado, novembro 25, 2006

Comemorações da SCT - IX

Dado o mau tempo, optámos por substituir a ida à Gesseira de Souto da Carpalhosa por uma ida à Nascente do Rio Lis, nas Fontes. Participaram cerca de 25 pessoas nesta actividade...!












Nota: as duas últimas fotos são da autoria da nossa colega de Escola Ana Rola...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Comemorações da SCT - VIII



Homem




Inútil definir este animal aflito.

Nem palavras,

nem cinzéis,

nem acordes,

nem pincéis

são gargantas deste grito.

Universo em expansão.

Pincelada de zarcão

desde mais infinito a menos infinito.



in Movimento Perpétuo (1956)





Impressão digital



Os meus olhos são uns olhos,

E é com esses olhos uns

que eu vejo no mundo escolhos

onde outros, com outros olhos,

não vêem escolhos nenhuns.



Quem diz escolhos diz flores.

De tudo o mesmo se diz.

Onde uns vêem luto e dores

uns outros descobrem cores

do mais formoso matiz.



Nas ruas ou nas estradas

onde passa tanta gente,

uns vêem pedras pisadas,

mas outros, gnomos e fadas

num halo resplandecente.



Inutíl seguir vizinhos,

querer ser depois ou ser antes.

Cada um é seus caminhos.

Onde Sancho vê moinhos

D. Quixote vê gigantes.



Vê moinhos? São moinhos.

Vê gigantes? São gigantes.



in Movimento Perpétuo (1956)

Adiamento de Conferência NEL

Recebemos do NEL a seguinte informação:


CONFERÊNCIA DE HOJE (24 DE NOVEMBRO) ADIADA PARA 30 DE NOVEMBRO (SEXTA-FEIRA)

Devido à intempérie que se faz sentir um pouco por todo o país, não foi possível ao Núcleo de Espeleologia da Costa Azul deslocar-se a Leiria. No entanto o evento foi adiado para dia 30 de Novembro (próxima Sexta-feira), à mesma hora.

Lamentamos qualquer incómodo, mas só agora foi possível confirmar a impossibilidade da deslocação dos intervenientes.


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, será então feita pelo Francisco Rasteiro do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) em 30 de Novembro de 2006 (5ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.

Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra

A não faltar...

Comemoração da SCT - VII



Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusivé, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.

Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto,após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

in http://www.citi.pt/

Caricatura in Blog Desenhos do Rui

Tributo a Freddie Mercury

Farrokh Bulsara, com o nome artístico de Freddie Mercury (Zanzibar, 5 de Setembro de 1946Londres, 24 de Novembro de 1991) foi o vocalista e líder da banda de rock britânica Queen. in Wikipédia (artigo completo AQUI)

Faz hoje 15 anos que Freddie nos deixou... Filho de pais indianos de etnia parsi (eram basicamente persas/iranianos da antiga religião monoteísta do Zoroastrismo) era portanto um cidadão do mundo, ansioso por viver e dar e receber tudo o que pudesse ao Mundo. Bissexual, acabou por contrair SIDA e morrer desta doença, tendo no dia anterior à sua morte admitido a sua situação terminal.

Animal de palco, único e raro, a sua actuação no Live Aid 85 foi para mim um dos melhores momentos de sempre de música ao vivo...

Aqui fica um vídeo, da YouTube, para recordar aquele que nunca morrerá enquanto for recordado...





quinta-feira, novembro 23, 2006

Artigo publicado na revista e.Ciência


Sai um artigo meu, sobre a Semana da Ciência e Tecnologia, na revista electrónica e.Ciência n.º 114, de 23.11.2006, do grupo Cienciapt.NET. Intitulado "Semana da Ciência e Tecnologia - origem, passado, presente e futuro", fala em 3 pequenas páginas (25, 26 e 27), de Gedeão/Rómulo de Carvalho, da origem da Semana da Ciência e Tecnologia, das actividades que se fazem (fizeram/farão) nestas comemorações e de coisas que eu tenho feito para recordar António Gedeão.

Ainda na mesma revista, na página 35, é feita uma pequena súmula das actividades do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus, em que eu estou envolvido, nomeadamente as Comemorações on-line da Semana da Ciência e Tecnologia, a Formação sobre Blogues (feita ontem) e a ida à Gesseira de Souto da Carpalhosa, no sábado.

Leiam, que vão gostar...

Para ler, clicar aqui neste LINK.

Blogues (formação) - Comemoração SCT VI

Utilização de Blogues como ferramenta de trabalho em Contexto Escolar





Decorreu ontem, dia 22.11.2006, das 14.15 às 16.15 horas, na Sala da Internet da Escola Correia Mateus, a mini-formação sobre Blogues que tinhamos previsto realizar.

Com a presença de 24 pessoas (um bocadinho exagerado o número, mas o interesse da malta era tanto que...) decorreu com alguns sobressaltos iniciais (o videoprojector dava uma imagem pequena e o portátil de substituição crashou...).

No entanto toda a gente saiu dali a saber fazer um blogue e a modificá-lo, embora precisasse de mais uma hora para os pormenores que qualquer blogger gosta de aprender (os pormenores que podem tornar único um determinado Blogue...).

Agradecemos à Organização (Equipa TIC e Departamento de Ciências Físicas e Naturais da da Escola Correia Mateus e ainda os Blogues Ciências Físicas e Naturais-EB 2.3 Correia Mateus e Geopedrados), bem como aos professores Alfredo Alves, à professora de TIC da Escola, ao António do Directivo (e a toda a Comissão Executiva), ao José Pinto, ao Jorge Ventura, ao Júlio Redondo, à Madalena Gouveia, ao Gil Campos, ao ZéTó, ao Paulo Kellerman da Secretaria e ainda aos colegas participantes, por me aturarem duas horas...

Se houver interessados, a Formação será novamente feita, em moldes similiares a este ou, com número mais reduzido de professores, num eventual Nível II mais complicado...

Página que serviu de suporte à Acção:
http://blogues.correiamateus.googlepages.com/home

NOTA - as páginas - e seus anexos - continuarão activas e serão regularmente actualizadas, bem como Blog da Escola, que serviu de modelo para a apresentação, será em breve apresentado à Comunidade Escolar

E agora, aqui ficam as fotos do evento, feitas por António Oliveira - da Comissão Executiva da Escola:




quarta-feira, novembro 22, 2006

Conferência sobre Espeleologia

A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita pelo Francisco Rasteiro do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) será em 24 de Novembro de 2006 (6ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria. Para quem não sabe, o Sistema Cársico do Frade é um dos mais bonitos do Mundo, tendo sido divulgado pela Revista da National Geographic, podendo ver algumas imagens dela neta página.


Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra

A não faltar...

PS - Espero que a organização não se esqueça de pedir que traga, para venda, os CD, DVD e livros excelentes que o NECA tem...