Conhecer o interior da Terra numa viagem a uma mina de sal
Iniciativa da Ciência Viva decorre até sexta-feira em Loulé
2010-08-10
Mina de sal-gema em Loulé, Algarve
Ir ao interior do Planeta Terra percorrendo um caminho de 230 milhões de anos em 230 segundos é possível esta semana no Algarve, descendo o elevador da Mina de Sal-Gema de Loulé. Até sexta-feira é possível visitar as centenas de galerias e câmaras da Mina de Sal-Gema, localizada no concelho algarvio de Loulé. Todos os anos, uma equipa de 18 pessoas extrai 40 mil toneladas de sal.
Esta iniciativa da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica vai levar todos os dias 12 pessoas a descer de elevador até 230 metros de profundidade. Depois, podem ver e tocar em rochas de sal com milhões de anos, pisar câmaras cobertas de pó de sal com aspecto lunar ou observar ao vivo máquinas roçadoras comandadas por mineiros a escavar rochas de sal.
“É uma ida até ao interior da Terra percorrendo um caminho de 230 milhões de anos em 230 segundos, porque a velocidade do elevador é um metro por segundo e são 230 metros de profundidade”, explicou à Lusa Alexandre Andrade, engenheiro geólogo da Mina de Sal-Gema, uma estrutura que começou a ser explorada em 1964 e que pertence à CUF Químicos Industriais.
A mina, que extrai minério com 93 por cento de pureza e o exporta para outros países da Europa, permite aos visitantes conhecerem as diferenças entre galerias exploradas no passado com o método da dinamite e a exploração com tecnologia de ponta através de roçadoras.
Aprende-se assim a história da mina, desde os tempos em que a exploração era feita com explosivos que faziam tremer toda a cidade de Loulé, até à exploração com máquinas e ao processamento através do sistema de tapetes.
Entre as várias iniciativas que já decorreram na mina destaca-se a projecção de filmes
Os participantes ficam a saber como se começaram a alicerçar os 40 quilómetros de galerias de sal que hoje existem e onde três camiões percorrem diariamente 200 quilómetros, transportando, por hora, 50 toneladas de sal.
Luís Dias, professor de Biologia e Geologia que há cinco anos participa como monitor na iniciativa «Geologia no Verão», conta que a viagem arranca sempre pelo Poço 1 que leva as pessoas até 264 metros de profundidade onde está uma frente de extracção. A iniciativa é gratuita e todos os anos é um sucesso junto do público que esgota os ingressos nas primeiras horas.
A Mina de Sal-Gema, onde o ar tem um elevado grau de pureza e serve até de espaço para tratamentos de doenças respiratórias, já serviu também de sala de cinema onde foram projectados filmes como a «Noite dos Mortos Vivos» ou «Cabine Telefónica».
Aquela mina já foi também palco de exposições de arte no âmbito do programa «Allgarve», por onde passaram quatro mil pessoas em apenas dois meses.
in jornal on-line CiênciaHoje - ler notícia
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